A presidente da Câmara Municipal de Cuiabá, vereadora Paula Calil (PL), anunciou que pretende intermediar uma reunião com o prefeito Abílio Brunini (PL) e a secretária de Saúde, Danielle Carmona, para evitar a paralisação dos servidores municipais da saúde. A reunião está prevista para esta terça-feira (7), após protestos da categoria contra o corte do adicional de insalubridade.

O movimento dos trabalhadores ganhou força nos últimos dias e ameaça atingir mais de 5 mil profissionais, segundo o Sindicato dos Profissionais de Enfermagem de Mato Grosso (Sindpen-MT). O sindicato alega que o corte no benefício, que pode reduzir a renda dos servidores em até R$ 2,6 mil, foi feito sem diálogo com a categoria.

Paula Calil declarou que compreende o impacto financeiro do corte sobre as famílias, mas reconheceu que o prefeito está seguindo uma recomendação do Ministério Público Estadual (MPE). “Nossa intenção é buscar o diálogo junto ao Executivo”, afirmou a parlamentar. Ela também se comprometeu a realizar uma audiência pública, proposta pela vereadora Maysa Leão (Republicanos), para discutir o tema com outras instituições e representantes do setor.

O corte do adicional passa a valer já na folha salarial referente ao mês de outubro. O Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado entre a Prefeitura e o Ministério Público de Mato Grosso determina que o pagamento do adicional de insalubridade seja feito conforme o grau de exposição ao risco de cada categoria, com base em laudos técnicos homologados. Até agora, o benefício era pago de forma generalizada, o que, segundo o MPE, gerava pagamentos indevidos e prejuízos estimados em R$ 48 milhões por ano aos cofres públicos.

A Prefeitura de Cuiabá afirmou, em nota, que o corte cumpre exigência do MPE e do Judiciário, e que novos critérios técnicos serão aplicados para adequar os pagamentos. O prefeito Abílio Brunini também estuda ampliar o valor do programa “Prêmio Saúde” como forma de compensar parcialmente as perdas financeiras dos servidores afetados.

O Sindpen mantém convocação para assembleia-geral nesta sexta-feira (10), quando a categoria deve decidir se deflagra greve. Enquanto isso, Paula Calil tenta garantir que o impasse seja resolvido por meio de diálogo direto entre Executivo, Legislativo e representantes dos trabalhadores.