Os combustíveis continuam entre os mais caros do país em Mato Grosso, mesmo com a investigação aberta há meses pelo Procon e as cobranças por mais transparência. O órgão notificou postos e distribuidoras em abril, mas até agora não apresentou resultado. A demora gerou reação do deputado estadual Wilson Santos (PSD), que acusa o Procon de fazer vista grossa diante da situação e promete cobrar explicações na Assembleia Legislativa.
Em entrevista à Rádio Capital FM, citada pelo Gazeta Digita, o parlamentar criticou o órgão e disse que pretende pedir a presença de sua diretoria na Assembleia. “O Procon tem que ser investigado. Eu estive em São Paulo recentemente, lá o etanol custa R$ 3,70, R$ 3,80. Os postos realmente praticam o mesmo valor, até os centavos são iguais. O Procon tem que se explicar. A Assembleia pode fiscalizar, o Ministério Público pode cobrar, eu vou cobrar a presença da diretora ou do diretor do Procon para ir à Assembleia explicar. Por que é isso? Tudo casadinho”, declarou.
Enquanto isso, os preços seguem entre os mais altos do país. Em Cuiabá, a gasolina é vendida, em média, por R$ 6,39 e o etanol por R$ 4,39, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
O contraste é ainda maior quando se compara com o estado vizinho. Em Mato Grosso do Sul, a gasolina custa em média R$ 5,79 e o etanol R$ 3,89. A diferença reforça a sensação de injustiça para quem vive em um dos maiores produtores de biocombustível do país, mas continua pagando mais caro para abastecer.
O Procon informou que segue analisando as informações repassadas pelos postos e distribuidoras, mas até o momento não apresentou nenhuma conclusão pública. O sindicato do setor, por sua vez, afirma que os valores refletem o aumento dos custos de transporte, petróleo e margens de revenda.
Enquanto o impasse continua, o consumidor mato-grossense segue pagando caro para abastecer. A falta de resultados da investigação do Procon e a ausência de medidas concretas alimentam a desconfiança de que o órgão não tem conseguido enfrentar um problema que se repete há anos em todo o estado.
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