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O governador Mauro Mendes (União) repudiou a mobilização de empresários de Mato Grosso que defendem a demissão de funcionários identificados como alinhados à esquerda após a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O assunto surgiu durante entrevista nesta quarta-feira, 26 de novembro, após questionamento feito por uma jornalista do Estadão Mato Grosso.
Ao ser perguntado sobre a validade desse movimento, Mauro afirmou que qualquer tentativa de discriminação política dentro do ambiente de trabalho aprofunda a polarização e não contribui para o estado. O governador classificou o comportamento como prejudicial e reforçou que decisões profissionais não podem ser tomadas com base em posicionamentos ideológicos.
“É muito ruim esse tipo de discriminação contra brasileiros e brasileiras. Nós temos que respeitar a opinião das pessoas”, afirmou.
Mauro disse ainda que, tanto na iniciativa privada quanto na administração estadual, jamais autorizaria demissões por convicção política. Segundo ele, esse tipo de atitude contraria princípios democráticos e cria um ambiente de insegurança nas relações de trabalho. “Eu respeito quem pensa diferente, mas eu não penso assim. Na minha empresa eu jamais vou demitir alguém. No governo de Mato Grosso jamais vou demitir alguém porque ele é de direita ou de esquerda. Tenho que respeitar o cidadão e suas opiniões. Afinal de contas, isso é uma democracia”, completou.
A reação do governador ocorre no contexto da prisão de Jair Bolsonaro, que motivou manifestações de apoiadores e levou parte do empresariado a defender a demissão de trabalhadores considerados simpáticos à esquerda. O vídeo citado pela repórter do Estadão MT descreve esse movimento como uma forma de pressão política após a decisão do Supremo Tribunal Federal.
Mauro afirmou que o radicalismo não contribui com o desenvolvimento do estado e disse estar preocupado com o aumento da polarização. Para ele, atitudes dessa natureza não fortalecem o debate público e criam divisões desnecessárias. “O tempo do radicalismo não contribui em nada”, afirmou.
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