“PROVOU DO PRÓPRIO VENENO”: Ao dar “corda” para Lava Jato “estrangular” Lula, Dilma acabou sendo “enforcada” junto

Coluna do Mané CatracaA ex-presidente Dilma Roussef (PT), segundo relata, o delator Antonio Palocci, teria dado ' corda' para Lava Jato 'sufocar' Lula. Mas a trairagem, “dilmesca”, além dos desgastes e desmoralização de ambos os ex-presidentes, já fez estragos monumentais na imagen e reputação dos dois líderes e do próprio PT, enlameado até agora. Para consumar a tragédia dessa ruptura interna, só falta Dilma Roussef ser presa!O estremecimento nas relações entre o criador (Lula) e a criatura (Dilma), parodiando ao que já ocorreu em outras situações históricas semelhantes, já havia estrapolado naquela  época, só não tinha aflorado publicamente, porém era do conhecimento dos bastidores mais informados da política brasileira.Sobre esse imbróglio petista, confira matéria da Agência Estado, que traz detalhes da delação premiada do ex-ministro Palocci à Polícia Federal:   Em delação premiada fechada com a Polícia Federal, o ex-ministro Antonio Palocci afirmou que havia uma "ruptura" entre os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, criada a partir da indicação de Graça Foster para a presidência da Petrobras. Segundo o ex-ministro, em função dessas divergências, Dilma teria "dado corda" para o aprofundamento das investigações da Lava Jato para implicar e "sufocar" o ex-presidente. Por seu relato, a nomeação de Graça representava "meios de Dilma para inviabilizar o financiamento eleitoral dos projetos de Lula retornar à Presidência". À época, Dilma presidia o conselho de administração da Petrobras. "Esse momento de ruptura se caracterizava por um ex-presidente dominante que queria controlar o governo de sua indicada e preparar sua volta à Presidência, sendo que isso exigia um controle do financiamento lícito e ilícito do seu instituto e do PT, ao passo que a presidente lutava pela renovação de seu próprio mandato", disse Palocci no depoimento. Palocci depôs no dia 9 de agosto do ano passado. O relato do ex-ministro foi anexado anteontem ao inquérito da PF que investiga supostas fraudes na licitação e construção da usina de Belo Monte, no Pará. Dinheiro Em sua delação, o ex-ministro afirmou ainda ter entregado propinas em espécie a Lula. Palocci relatou pelo menos dois episódios aos investigadores, um no Terminal da Aeronáutica, em Brasília, e outro no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, em que teria entregue dinheiro vivo da empreiteira Odebrecht em uma caixa de celular e em uma caixa de uísque. Lula sempre negou o recebimento de valores ilícitos. Este depoimento foi dado em 13 de abril do ano passado, uma semana depois que o ex-presidente foi preso para cumprir pena de 12 anos e 1 mês de reclusão no processo do triplex do Guarujá. Segundo Palocci, os repasses a Lula teriam ocorrido em 2010. O ex-ministro relatou uma conversa que teria tido com Marcelo Odebrecht na qual o empresário acertou o repasse de R$ 15 milhões para o ex-presidente depois que a empreiteira entrou no negócio de Belo Monte. O delator, que foi alvo da Operação Omertà, desdobramento da Lava Jato em 2016, livrou-se da prisão depois que fechou acordo de delação com a PF. Palocci afirmou ter repassado "em oportunidades diversas" valores em espécie que variaram de R$ 30 mil a R$ 80 mil para Lula. Segundo Palocci, "os valores eram demandados pelo próprio Lula com a orientação para que não comentasse sobre os pedidos com Paulo Okamotto (presidente do Instituto Lula) e nem com ninguém". Questionado pela Polícia Federal se tinha testemunhas de suas afirmações, Palocci apontou dois motoristas que trabalhavam para ele, na ocasião. Palocci detalhou duas entregas de dinheiro a Lula, uma em Brasília, no valor de R$ 50 mil, "escondidos dentro de uma caixa de celular". A outra entrega teria ocorrido em Congonhas. Ele contou que, a caminho do aeroporto, "recebeu constantes chamadas telefônicas de Lula cobrando a entrega". O ex-ministro falou ainda de reunião com outra empreiteira, Andrade Gutierrez, na qual teria sido acertado pagamento de 1% em propinas sobre o valor recebido pelo grupo nas obras de Belo Monte. Em troca, Palocci atuaria contra um consórcio que estava tentando "atravessar" a licitação. Procurada, a Odebrecht informou que colabora com a Justiça nos termos do acordo que firmou com a Lava Jato. (Com informações da Agência Estado).