"Sacode" o meio político notícia de que ex-secretário de saúde de Cuiabá e mais dois médicos confessaram crimes e revelaram nomes de outros participantes na fraude

HUARK
REDAÇÃO   Desde a noite de sexta-feira, quando sites de notícias da Capital estamparam a manchete de que que a juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá, havia determinado a soltura do ex-secretário de saúde da Prefeitura de Cuiabá e mais dois médicos, setores da política que teriam sido denunciados pelo trio,  ficaram de "orelha em pé". A expectativa, obviamente, é que novas operações sejam desencadeadas para apurar a extensão da sangria no cofres públicos e possíveis novos atores no esquema.   O sinal de alerta píscou fortemente nos supostos envolvidos na fraude na saúde pública cuiabana, que teria como "berço" a gestão da Capital, mas se espraiaria por outras áreas da saúde mato-grossense.   Foram soltos na noite desta sexta-feira (3) o ex-secretário de Saúde de Cuiabá, Huark Douglas Correia, e dos médicos Fábio Liberali Weissheimer e Luciano Correia Ribeiro.  As especulações em torno da obtenção da liberdade é de que os três, que estavam presos preventivamente desde 30 de março, teriam resolvido colaborar com a justiça, prestando informações sobre fraudes na saúde que teriam sido praticadas por eles e contando com a suposta conivência e participação de um enorme rol de políticos.   Eles teriam delatado mais de 40 pessoas, entre agentes públicos, deputados, ex-deputados e vereadores da Capital.A colaboração do ex-secretário e dos médicos resultou no mandado de soltura decretado pela juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. O trio foi detido sob acusação de obstrução à Justiça e destruição de provas dos crimes investigados na “Operação Sangria”. Inicialmente, foram levados para o Centro de Custódia de Cuiabá e, posteriormente, por possuirem formação suoperior, acabaram removidos para um quartel da PM – local de onde foram libertados ainda nesta noite."Portanto, ao julgar desnecessária a manutenção da segregação cautelar intramuros, substituo a prisão prventiva por medidas cautelares", declarou a juíza.Segundo a magistrada, os médicos desistiram de todos pedidos de liberdades que tramitavam nas instâncias jurídicas e também não possuem contratos com orgãos públicos. "Confessam ainda o pagamento mensal de vantagem indevida a agente público. Informa que todas empresas tiveram as atividades encerradas e não há mais contrato com a administração pública em vigor. A considerar o teor das declarações, tais apontamentos nos levam a deduzir que não mais persiste a conduta obstativa dos acusados de modo que, por certo, essas informações são indispensáveis ao prosseguimento das investigações com vias de conferir a autoridade policial o conhecimento da amplitude dos atos criminosos que se busca desvendar", relata a magistrada.Ana Cristina Mendes estabeleceu nove medidas restritivas aos médicos. São elas: comparecer mensalmente em juízos para comprovar as atividades profissionais; recolher-se em sua residência no período noturno entre as 19h00 e 6H00 de segunda-feira a sábado e domingos e feriados por 24 horas; não mudar de endereço sem comunicação prévia ao juízo; proibição de manter contato com as testemunhas arroladas pelo Ministério Público por qualquer meio físico, etetrônico ou por meio de interposta pessoa; proibição de se ausentar da comarca de Cuiabá sem prévia comunicação; proibição de acesso aos orgãos públicos e unidades de saúde estadual e municipal; uso de tornozeleira eletrônica; retenção de passaporte a ser entregue em até 24 horas e comparecer a todos atos do processo sob pena de restabelecimento da prisões.