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SENADORAS DO PSL: Enquanto Selma Rosane se cala sobre manifestações, sua colega de bancada do MS cobra que protestos sejam dirigidos contra o DEM e partidos do Centrão
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21/05/2019 - 06:04
congresso
RedaçãoEnquanto a senadora Selma Rosane se cala e não omite opiniões (se é contra ou a favor) sobre as manifestações convocadas para o dia 26 em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, a sua colega de bancada, a também senadora Soraya Thronicke (PSL-MS) apóia abertamente o ato bolsonarista e pede que os protestos sejam específicos contra o Dem e demais partidos do Centrão.Ela promete ir para as ruas no próximo domingo. Soraya pretende participar do ato em Campo Grande. Na opinião da senadora, os partidos do Centrão (DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade) se movimentam para boicotar o governo pensando na próxima eleição e devem ser o alvo dos protestos no próximo dia 26. "É um boicote, para mim está claro. É um boicote com intenção eleitoral para se eleger, para não dar certo esse governo porque daí eles voltam", disse a parlamentar durante conversa com jornalistas em seu gabinete. "A pauta (da manifestação) tem que ser muito específica, certeira e pontual: cobrar os parlamentares, cobrar o Centrão." Críticas A senadora criticou mais especificamente o DEM - que tem três ministros no governo - e afirmou que o partido precisa defender o governo no Congresso após ter sido beneficiado na campanha eleitoral. "Os ministros têm que vir para o chão do Congresso e batalhar corpo a corpo, os ministros do DEM. Tem vários ministérios que estão aí com os partidos, esses caras tem que vir para cá, tem que vir para o chão", disse a parlamentar durante conversa com jornalistas em seu gabinete. A opinião de Soraya gerou reações no DEM, legenda do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que chamou a parlamentar para uma conversa nesta terça-feira, 21. Para ela, os ministros "que são políticos" precisam acionar sua rede de relacionamentos na Câmara e no Senado e "fazer esse governo dar certo". Além disso, Soraya também cobrou munição do governo para que os parlamentares do partido de Jair Bolsonaro intensificam a defesa do governo. "Acho que ele (Bolsonaro) poderia aproveitar melhor a bancada do PSL para ajudá-lo, usar mais a gente, passar mais informação pra gente, porque nós somos os soldados dele aqui. Ele pode contar com todo mundo (do PSL)." OposiçãoPor outro lado, parlamentares oposicionistas , afirmam que a convocação das manifestações não são espontâneas e teriam sido influenciadas pelo próprio presidente da República.Jair Bolsonaro estaria usando o ato como uma manobra diversionista, espécie de “cortina de fumaça” para desviar a atenção das investigações sobre o seu filho, o senador Flávio Bolsonaro, que teve o sigilo bancário quebrado a pedido do Ministério Público que o acusa de praticar supostas falcatruas quando era deputado estadual no Rio de Janeiro, se beneficiando de esquemas de lavagem de dinheiro. Quando foi noticiada a quebra de sigilo de Flávio, o presidente declarou que a medida, mais do que atingir o filho senador, objetivava prejudicar a ele, Jair Bolsonaro.JanainaAlém desses questionamentos, mas por outros motivos, quem se levanta contra a convocação dos atos de protestos é a deputada estadual por São Paulo, a parlamentar estadual mais votada do país, Janaína Paschoal, que ameaça deixar a bancada do PSL. Ela foi uma figura emblemática na campanha eleitoral, espécie de símbolo da moralidade política que a candidatura de Bolsonaro representava.Após criticar publicamente a organização dos atos de apoio ao governo Jair Bolsonaro previstos para o dia 26 de maio, a deputada estadual Janaina Paschoal ameaçou deixar o PSL, partido do presidente. Candidata mais votada na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a advogada sinalizou a possível desfiliação em uma mensagem enviada nesta segunda-feira, 20, no grupo de WhatsApp da bancada do partido no Legislativo paulista. "Amigos, vocês estão sendo cegos. Estou saindo do grupo, vou ver como faço para sair da bancada. Acho que os ajudei na eleição, mas preciso pensar no país. Isso tudo é responsabilidade", escreveu a parlamentar na mensagem.Em seguida, ela deixou o grupo, Janaina foi a deputada estadual mais votada da história do País, com 2 milhões de votos, o que ajudou o PSL a ter a maior bancada da Assembleia, com 15 deputados. Nos últimos dias, a deputada que ficou conhecida por ter sido uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT), em 2016, publicou uma série de mensagens no Twitter na qual afirma ser contra os atos que estão sendo convocados para apoiar o presidente Bolsonaro no dia 26 de maio. Para ela, é um erro os políticos do PSL se envolverem na organização das manifestações pró-governo pouco mais de uma semana após os atos que ocorreram em mais de 250 cidades do País contra os cortes feitos na Educação. "Pelo amor de Deus, parem as convocações! Essas pessoas precisam de um choque de realidade. Não tem sentido quem está com o poder convocar manifestações! Raciocinem! Eu só peço o básico! Reflitam!", escreveu no fim de semana. "Àqueles que amam o Brasil, eu rogo: não se permitam usar! Não me calei diante dos crimes da esquerda, não me calarei diante da irresponsabilidade da direita", afirmou Janaina.