HERANÇA MALDITA: “Trambolho” do VLT a caminho de “virar a página” em MT, mas os seus estragos não se apagarão tão cedo

HERANÇA MALDITA: “Trambolho” do VLT a caminho de “virar a página” em MT, mas os seus estragos não se apagarão tão cedo vlt
Redação   Realmente, se ver livre da “herança maldita” que se tornou os escombros do que era para ser um modal rápido, eficiente  ligando Cuiabá a Várzea Grande – o VLT – é motivo para regosijo e satisfação de qualquer governante.  A sigla ficou conhecida pela sociedade mato-grossense pelo aspecto negativo que passou a encarnar o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), em função da “rapinagem” estabelecida durante sua execução.Embora essa alegria de constatar que o “pesadelo” pode estar chegando ao fim não recupere os prejuízos aos cofres públicos causados pela obra inacabada, além dos transtornos que ocasionou – e continua ocasionando – ao tráfego, já caótico da Região Metropolitana, agravado pelos trilhos abandonados nas vias públicas, retirando espaços à circulação de veículois  - o que aumenta ainda mais os enormes congestionamentos.Excluindo-se esse fatores negativos trazidos pela roubalheira escancarada que se constituiu o projeto e construção do VLT, na gestão do ex-governador Silval Barbosa –  fato, aliás, que ele mesmo confessou ter havido, em sua delação premiada -, surge agora um lado bom nesse escândalo, e o atual Governo está comemorando. Com justa razão.Trata-se da decisão do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT), que manteve a rescisão contratual do Consórcio VLT e o Poder Executivo. Inclusive, por meio de nota, o governo afirmou ser "correta" a decisão e estabeleceu prazo de 30 dias para definir os próximos "passos e destino" do modal de transporte."Na avaliação do governo a rescisão do contrato era a decisão certa a ser tomada, em face a todos os fatos elencados ao longo da ação judicial", afirmou. A rescisão do contrato foi realizada em 2017 pelo então governador Pedro Taques (PSDB). Mas, por não concordar com a medida unilateral do governo anterior, o consórcio entrou com a ação judicial para tentar reverter a decisão do tucano.Agora. TJMT, por votos da maioria dos desembargadores da Turma de Câmaras Cíveis Reunidas de Direito Público e Coletivo, decidiu nesta quinta-feira (6), pela manutenção da rescisão e dois votaram a favor das empresas do Consórcio. Quatro desembargadores entenderam não haver ilegalidades na rescisão. Já dois, votaram favoráveis à continuidade do contrato.Por meio de nota, o consórcio disse que vai continuar trabalhando no projeto por considerar ser "a melhor solução de transporte". Segundo a nota, o VLT é o "modal mais seguro, cômodo e eficaz, promotor de melhorias urbanísticas e do bem-estar social e econômico, o que, por consequência, resultará em benefício de todos os mato-grossenses". Com a justificativa, as empresas integrantes do consórcio devem ingressar com um recurso ordinário contra a decisão do TJMT no Superior Tribunal de Justiça (STJ) nos próximos dias. O consórcio é composto por cinco empresas: Santa Bárbara, CR Almeida, CAF Brasil Indústria e Comércio, Magna Engenharia Ltda e Astep Engenharia Ltda. Entenda o casoO projeto do VLT foi idealizado para a Copa do Mundo de 2014, mas até o momento não teve suas obras concretizadas. Um acordo foi feito em 2015, porém o Ministério Público Federal (MPF) vetou a continuidade da empresa. Em 2017, a Operação Descarrilho, da Polícia Federal, mostrou a existência de corrupção no modal. Nota oficial do Consórcio VLT   O Consórcio continua trabalhando no Projeto VLT Cuiabá-Várzea Grande, pois considera ser a melhor solução de transporte, o modal mais seguro, cômodo e eficaz, promotor de melhorias urbanísticas e do bem-estar social e econômico, o que, por consequência, resultará em benefício de todos os mato-grossenses.Nota de esclarecimento do governoO governo de Mato Grosso reputa como correta a decisão do Tribunal de Justiça, conferida na tarde desta quinta-feira (6), pela Turma de Câmaras Cíveis Reunidas de Direito Público Coletivo, que manteve a rescisão do contrato do Estado com o Consórcio VLT.Na avaliação do governo, a rescisão do contrato era a decisão certa a ser tomada, em face a todos os fatos elencados ao longo da ação judicial. O Estado irá em 30 dias decidir os próximos passos e o destino do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).