Paralisação dos ônibus faz a "festa" do Uber e até os táxis, que estavam devagar quase parando estão faturando um "extra"
Paralisação dos ônibus faz a "festa" do Uber e até os táxis, que estavam devagar quase parando estão faturando um "extra"
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10/06/2019 - 09:35
Redação
É aquela velha história: tristeza de uns, alegria de outros... Essa máxima popular, resguardadas as proporções, pode ser aplicada ao que está acontecendo nesta segunda-feira (10) em função da paralisação dos motoristas de ônibus que, desde a madrugada de hoje deixaram inativos os transportes coletivos na Capital e em Várzea Grande, e ainda permanecem de braços cruzados.
O protesto dos condutores de coletivos, se é ruim para a grande maioria da população que depende desse meio de locomoção, por outro lado, está fazendo a "festa" de taxistas - cujo movimento andava fraco - e, sobretudo, de motoristas de aplicativos, que cobram mais baratos que os táxis, e hoje tiveram as chamadas quadriplicadas - o que está provocando demora no atendimento das solicitações de corridas.
SAIBA MAIS
A Capital mato-grossense e a vizinha Várzea Grande amanheceram esta segunda-feira (10) sem transportes coletivos urbanos, e milhares de trabalhadores que usam esse meio de transportes para se deslocar de suas casas aos locais onde trabalham, não conseguiram chegar no horário. Motivo: funcionários do transporte coletivo das duas cidades, na região metropolitana, fazem uma paralisação desde a madrugada desta segunda-feira (10). Os trabalhadores alegam que estão com atrasos no recebimento de salários e decidiram paralisar as atividades, afirmando que retornariam às atividades até às 8h de hoje. Mas, segundo informações, as linhas não havia sido retomadas até esse horário e por volta das 9h os ônibus ainda não estavam circulando.
O fato, como era de se esperar, aumentou a demanda por corridas de táxis e, principalmente, as chamadas pelos aplicativos de Uber e outras empresas que operam o sistema.
"Eu chamava o Uber, que não demorava nem cinco minutos, mas hoje fiquei esperando quase meia hora para ser atendida", reclama dona Gleici Oliveira Fernandes Mattos, que diz recorrer com frequência a esse serviço e hoje estranhou a demora.
Os trabalhadores prometem permanecer de braços cruzados e só voltarão ao serviço mediante a sinalização de que vão receber os salários nesta segunda-feira.De acordo com o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano do Estado de Mato Grosso o problema se arrasta há 6 meses.
Os trabalhadores e as empresas fizeram um acordo coletivo que previa o pagamento do salário no quinto dia útil de cada mês, o que não aconteceria de fato. A entidade informou ainda que o movimento atinge 100% da frota, o que afeta cerca de 270 mil usuários. A Associação Matogrossense dos Transportadores Urbanos de Cuiabá (MTU) informou que prazo para o pagamento dos salários venceu na sexta-feira (7) e os trabalhadors decidiram parar nesta segunda.Segundo a entidade, as empresas estão passando por sérias dificuldades financeiras em função do sobe e desce da tarifa. No entanto, estão tentando viabilizar o pagamento dos trabalhadores desde a semana passada.