Senador Wellington Fagundes critica clima de instabilidade gerado pelo governo Bolsonaro

Senador Wellington Fagundes critica clima de instabilidade gerado pelo governo Bolsonaro wellington400
Redação   O processo de "fritura" de Joaquim Levy antes do pedido de demissão da presidência do BNDES deixou o Congresso  com a impressão que o governo de Jair Bolsonaro é  uma"usina de crises". O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que ficou "perplexo" pela forma como o ex-presidente do BNDES foi tratado. Para ele, Levy era um quadro de qualidade que tinha muito a acrescentar para garantir as reformas que o País precisa neste momento.   Na mesma linha de Rodrigo Maia, o senador mato-grossense Wellington Fagundes afirma que o “governo tem sido inconstante. Muda as coisas, como quem muda de camisa. Ninguém pode ensinar o governo a governar", critica o líder do PL   O presidente da Comissão Especial da Reforma da Previdência, deputado Marcelo Ramos (PR-AM),também criticou a demissão. "O presidente Bolsonaro não entendeu que alguns quadros são suprapartidários. Eles não contribuem com um ou outro governo. Contribuem com o País", disse. "É uma pena. No fim das contas, quem perde é o Brasil." Já o líder do Podemos, José Nelto (GO), levantou dúvidas sobre o real motivo da demissão. "Estou preparando para que ele seja convocado na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES, ele terá de ir lá explicar o motivo da demissão dele”, disse. A Câmara criou em março uma CPI para examinar operações do banco de 2003 a 2015, com foco no financiamento à internacionalização de empresas. Em abril, o banco chegou a criar um Grupo de Trabalho para atender com informações e documentos solicitados pelos deputados. Um pedido para Levy se explicar no Congresso já tinha sido aprovado em abril. O presidente da CPI, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), disse que vai decidir nesta segunda, 17, com os colegas da comissão a data da ida de Levy ao colegiado. Diante da situação, uma das hipóteses é o Congresso assumir totalmente o protagonismo da próxima grande reforma que é a tributária, deixando o Executivo de fora. A proposta do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), prevê a unificação de cinco tributos - IPI, PIS, Cofins, ICMS e ISS - num único Imposto sobre Operações com Bens e Serviços. Previdência A equipe econômica, porém, trabalha para reatar a relação com o Congresso, com o principal objetivo de fazer ajustes no parecer da reforma da Previdência apresentado pelo deputado Samuel Moreira (PSDB). "A equipe econômica começa a tumultuar a parte política", afirmou o líder do Podemos na Câmara, José Nelto (GO). "O Congresso tem sido parceiro do Brasil e vai tocar todas as reformas. Temos de assumir o protagonismo", afirmou. Para o cientista político da Fundação Getulio Vargas (FGV), Marco Antonio Carvalho Teixeira, o governo a perder protagonismo em questões como a reforma da Previdência. "Não sabemos o futuro do governo desse jeito. O governo perdeu capacidade de articulação e a impressão que tenho é que o protagonismo em relação à reforma da Previdência vai sair do Congresso e não do governo", afirmou.