Lava Jato investigou FHC para 'passar recado de imparcialidade', segundo novos vazamentos

Lava Jato investigou FHC para 'passar recado de imparcialidade', segundo novos vazamentos FHC
REDAÇÃONovos vazamentos de conversas entre Sergio Moro e procuradores da Lava Jato apontam que a força-tarefa investigou o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC) apenas para simular imparcialidade. A operação vinha sofrendo críticas sobre isso desde que o juiz Sergio Moro foi fotografado confraternizando com Aécio Neves (do PSDB, mesmo partido que FHC), Michel Temer e Geraldo Alckmin em um evento.   Desde o dia 9 de junho, o site The Intercept Brasil está divulgando conversas internas entre o atual ministro da Justiça e Segurança Pública e procuradores da Lava Jato. As conversas, obtidas através de uma fonte anônima, revelam que o juiz trabalhou em parceria com os promotores, alinhando desdobramentos da operação com objetivos políticos. As conversas reveladas nesta terça-feira mostram também que Moro achou a investigação contra FHC "questionável", não pelo teor ou objetivo (de mostrar imparcialidade) delas, mas sim porque o ex-presidente apoiava publicamente a operação.   Segue o diálogo revelado pelo site The Intercept Brasil: Moro: Tem alguma coisa mesmo séria do FHC? O que vi na TV pareceu muito fraco? Caixa 2 de 96? Dallagnol: Em parte sim, o que tem é muito fraco. Moro: Não estaria mais do que prescrito? Dallagnol: Foi enviado pra SP sem se analisar prescrição. Suponho que de propósito. Talvez para passar recado de imparcialidade. Moro: Ah, não sei. Acho questionável pois melindra alguém cujo apoio é importante.   Em outra conversa, um procurador da Lava Jato já havia informado o coordenador da força-tarefa, Deltan Dallagnol, que havia encaminhado o caso de FHC para São Paulo sem analisar prescrição. Dallagnol não questionou o motivo, e respondeu apenas com dois sinais de positivo e uma piscadela.   Em outro chat, entre procuradores da Lava Jato, o procurador Paulo Galvão elogiou a investigação de FHC: "A ideia é excelente. Despolitizar", escreveu.