Com déficit de 1,1 bilhão, Previdência de MT ainda arca com R$ 60 milhões para aposentados e pensionistas do MS

 Com déficit de 1,1 bilhão, Previdência de MT ainda arca com R$ 60 milhões para aposentados e pensionistas do MS mtprev
RedaçãoUm dos absurdos que ocorre com o sistema previdenciário de Mato Grosso, já bastante deficitário e exigindo aportes retirados de outras áreas para cobrir proventos de seus beneficiários, é o fato que o governo do Estado, através do MT Prev, paga mais de R$ 60 milhões por ano com aposentadorias e pensões de moradores do Mato Grosso do Sul. Essa anomalia pode ser difícil de “engolir”, mas é considerada legal tendo em vista que esses benefícios foram concedidos antes da divisão dos estados, em 1977. Os números foram apresentados na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Previdência realizada na tarde de terça-feira (18).Segundo o presidente do MT Prev, Elliton Oliveira de Souza, são 152 aposentadorias e 544 pensões de pessoas que residem no MS, e custaram mais de R$ 60 milhões em 2018.  Gastos dessa natureza contribuíram para a autarquia acumular R$ 1,1 bilhão de deficit financeiro no ano passado. Esse desembolso obrigou o Estado a colocar recurso do tesouro para o pagamento dos benefícios, o que penaliza e sacrifica outros setores da admonistração estadual. “Essa diferença entre o que arrecadamos com as contribuições e o que temos a pagar em benefícios é coberta por recursos do Tesouro estadual, isto é, dinheiro que deixa de ir para atender educação, saúde, segurança pública e outras demandas sociais”, alertou o presidente do MT Prev. Atualmente, o MT Prev paga quase 28 mil aposentadorias e quase sete mil pensões por morte. Todos os benefícios concedidos e pagos são auditados e passam pelo crivo do controle interno, por meio da Controladoria-Geral do Estado (CGE) e externo, pela Secretaria Especial de Previdência do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso (TCE/MT). Outro fator que contribuiu para o aumento desse deficit foram as alterações nas leis de carreira, que provocaram o aumento dos salários dos ativos e daqueles que entraram no serviço público até 2003 e têm direito ao mesmo percentual de aumento dado a quem está na ativa.A CPI é presidida pelo deputado João Batista (PROS) e tem como relator Thiago Silva (MDB). O suplente da Comissão, Lúdio Cabral (PT), também acompanhou a reunião da CPI.