"PODRES PARA FORA”: Riva diz que Eder Moraes era “apadrinhado” por Blairo Maggi e Silval não “controlava” o ex-secretário
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01/07/2019 - 23:30
RIVA
RedaçãoA conta gotas, o ex-deputado José Riva, réu em vários processos onde é denunciado por crimes de corrupção e formação de quadrilha, vem fazendo revelações sobre os bastidores e os “podres” dos governos de Blairo Maggi e Silval Barbosa. Cujos meandros o ex-parlamentar demonstra conhecer a fundo.Em depoimento à Justiça, o ex-deputado que comandou a Assembleia Legislativa por quase três décadas, se alternando nos cargos de presidente e primeiro secretário, e deteve influência em várias gestões do Estado, tem trazido à tona epísódios que mostram a forte junção de interesses econômicos, financeiros e políticos nas gestões de Maggi e Barbosa – o que aponta que uma era praticamente a continuidade da outra.De acordo com José Riva, durante uma audiência conduzida pelo juiz federal da 5ª Vara de Mato Grosso, Jeferson Schneider, ele disse que o então governador Silval Barbosa (ex-PMDB) não era um “homem de posição muito firme”, fazendo menção ao fato que Eder Moraes, ex-secretário da Fazenda (nas administrações de Maggi e Silval) e, depois, da Casa Civil e da Secopa, já no governo do ex-peemedebista, corria em faixa própria e sobre suas ações o ex-governador tinha pouco ou nenhum controle. Pelo que Riva deixou antever em seu depoimento, a força de Eder vinha do fato que ele era apadrinhado político do também ex-governador Blairo Maggi, a maior liderança do grupo.Riva chegou a citar que numa reunião da cúpula política que dominava o Estado naquela época, quando a atuação de Moraes era questionada duramente por vários líderes políticos presentes, Blairo saiu em defesa do então todo-poderoso secretário e disse que ele era uma “indicação pessoal sua” (de Maggi).As declarações prestadas pelo ex-presidente da Assembelia Legislativa ocorreram no âmbito de uma das ações penais derivadas da operação “Ararath”, que apura crimes contra o sistema financeiro nacional, e que aponta a suposta compra de uma vaga de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), supostamente “pilotada” pelo conselheiro afastado do órgão, Sérgio Ricardo de Almeida, que teria “pago” R$ 12 milhões. Dinheiro que, segundo apontam as investigações teriam sido desviados dos cofre públicos quando Maggi era governador e Silval, seu vice.