Mauro Mendes encontra resistências à sua política de cortes na "enxurrada" de incentivos fiscais

Mauro Mendes encontra resistências à sua  política de cortes na MAURO MENDES
RedaçãoÉ inevitável: quando quem ganha muito e pouco contribui em retorno de impostos vê cortar privilégios, a "chiadeiera" é grande e até aqueles que não são beneficiados por benesses fiscais, embarcam na onda de protestos e engrossam o coro de alijados da prática antiga de evasão e acostumados a acumular fortunas em cima de renúncia de tributos.     O alvoroço dos que querem continuar não pagando ICMS acaba ecoando em segmentos políticos com poder de pressão sobre governantes que ousam buscar a correção de déficits orçamentário, econômico e financeiro. É o que, salvo melhor juízo, pode estar ocorrendo hoje em Mato Grosso com a forte oposição contra as medidas "amargas" que o governador Mauro Mendes vem tomando na área fazendária.   Nesse sentido, para não tomar a defesa do lado errado, é importante saber que existem empresários de alguns setores da economia de Mato Grosso que têm até mil por cento de lucro com incentivos fiscais que recebem há décadas do governo. A informação é do governador Mauro Mendes (DEM) para justificar o projeto de lei sobre a reinstituição dos incentivos fiscais em tramitação na Assembleia Legislativa. Em entrevista à imprensa, na tarde desta quinta-feira (4), o governador afirma que está aberto ao diálogo e que tem conversado com os diversos setores da economia do Estado.  Ele sustentou que o projeto é muito amplo e abrange várias cadeias produtivas de Mato Grosso.  "Vários setores ficaram muitos anos recebendo incentivos fiscais e estas cadeias já cresceram, já se fortaleceram. É hora de dar a sua contribuição, damos como exemplo a cadeia do algodão, que recebe incentivos fiscais há mais de 20 anos", disse Mendes.  Ele destacou a importância do setor e o quanto o incentivo fiscal, lá trás, foi fundamental para desenvolver a cadeia. "Hoje é um setor que cresceu, se solidificou que ganhou competitividade e é um dos mais competitivos do mundo e é a hora de contribuir um pouquinho para o Estado de Mato Grosso que ajudou este setor por mais de 20 anos", reforça o governador.  A expectativa é que se aprovada a lei, já em 2020, o governo possa ter um incremento de R$ 500 milhões na receita. Mendes lembrou que desde a sua posse deixou claro que todos os setores precisam dar a sua contra contribuição para o Estado. "Será que um cara que está ganhando mil por cento de lucro precisa repassar este aumento para continuar ganhando mil por cento". Para né, esta pressão, esta conversa este blefe, que eles estão fazendo", argumenta o governador.   Representantes de entidades que representam o comércio e indústria de Mato Grosso se manifestaram, nesta semana, durante audiência pública na Assembleia Legislativa contra o projeto. "Há outros exemplos de setores que estão sendo altamente beneficiados por esta lei. Tem farmácias que dizem que agora vão sobreviver em Mato Grosso, que estavam sendo sufocadas pelas grandes redes que vieram de fora porque a lei permitia que estas redes tivessem muito mais competitividades  do que as farmácias locais", exemplifica. Ele admitiu pequenas alterações na mensagem que está em tramitação na Assembleia e se disse aberto a sugestões, porém, desde que não seja para desconfigurar  o projeto. Afirmou ainda que está desmitificando algumas inverdades sobre  Apesar de não citar nomes diretamente, Mauro contestou informações levadas ao plenário da Assembleia Legislativa sobre o projeto.  "Primeiro tudo que se exporta é isento de ICMS, não tem nada a ver com a lei que estamos falando neste momento", acrescenta.