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“Bomba” do VLT veio parar no colo de Mauro Mendes, cujo destino pode ser o de “desarmá-la”
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10/07/2019 - 04:43
VLT - vagões
RedaçãoCom suas obras paralisadas desde 2014 e após haver consumido mais de R$ 1 bilhão, no que se constituiu em uma das maiores “farras” com dinheiro público na história mato-grossense, o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) virou um “monumento” ao desperdício de verbas, além de atravancar ruas e avenidas com trilhos abandonados nos trechos por onde passariam os trens que, por sua vez, estão a caminho, não de transportar pessoas, mas de virar sucata.Em suma, o que era para ser um modal de transportes moderno, seguro e não poluidor, ligando Cuiabá a cidade vizinha de Várzea Grande, acabou se tornando hoje, seguramente, no maior “câncer” urbano nas duas cidades. Uma grande “ferida” exposta na principal área metropolitana do Estado.Desde quando a sua execução parou, há cerca de cinco anos, a obra vem sendo alvo de demandas judiciais entre o governo do Estado e o consórcio de empresas encarregado de implantar o modal e, desde então, várias tentativas de reiniciá-la foram anunciadas – todas sem resultado prático.Essa sequência de fatos negativos formam um histórico vergonhoso de roubalheira do erário ocorrido na gestão do ex-governador Silval Barbosa (ele próprio, em sua delação, confessou ter recebido propina), sem que providências concretas fossem tomadas, quer seja para remover de vez o “entulho” do VLT ou a retomada das obras.Tentando encontrar uma saída para o impasse, o governador Mauro Mendes, em cujo colo veio cair a “bomba”, rompe o cipoal de indefinições e designou uma comissão para analisar e propor novos caminhos para solucionar o imenso problema. Dela fazem parte os secretários Marcelo Oliveira (Infraestrutura e Logística), Rogério Gallo (Fazenda), Emerson Hideki Hayashida (Controladoria Geral), Carlos Fávaro (Escritório de Representações) e o procurador Lucas Schiwinden Dallamico (representando a Procuradoria Geral do Estado). A portaria deve ser publicada nesta quarta-feira (10). A decisão de Mauro de fazer a retomada do estudo de viabilidade para o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) surge diante de um novo contexto em que a Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana, vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Regional, manifesta interesse em parceria com o Estado para encontrar solução para o “abacaxi” sobre trilhos. O anúncio chegou como novidade, já que o próprio governo conseguiu, por via judicial, a rescisão contratual ccm o Consórcio VLT. Contudo, a mesma decisão estabeleceu um prazo de 30 dias para definir os próximos "passos e destino" do modal de transporte.De acordo com o governador, além dos técnicos de Mato Grosso, também irão compor a comissão representantes da Secretaria Nacional. “O nosso objetivo é, em um curto espaço de tempo, encontrar uma solução para a questão do VLT”, disse, acrescentando que essa parceria trará bons resultados para o Estado.TrajetóriaO VLT começou a ser construído em 2012 pelo consórcio VLT Cuiabá Várzea Grande, com um custo inicial de R$ 1,4 bilhão. O prazo de entrega era 13 de março de 2014, para facilitar a mobilidade dos turistas durante a Copa do Mundo de 2014, já que Cuiabá foi uma das sedes do mundial, e até a presente data não foi terminado. Em 2009, quando Cuiabá foi escolhida para ser uma das sedes da Copa, a decisão do governo era para que o modal de transporte a ser utilizado era o BRT (Bus Rapid Transit), com o custo de R$ 400 milhões a época. Somente em 2012, quando o Governo Federal autorizou a troca do modal, que Mato Grosso optou pelo VLT, com recursos da Caixa Econômica Federal e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).A obra do VLT foi projetada para ter uma extensão de 22 quilômetros, com dois itinerários. Segundo o projeto, o primeiro trecho ligaria o Aeroporto Marechal Rondon até a Avenida Rubens de Mendonça. O segundo trecho sairia da Avenida Tenente Coronel Duarte até a região do Coxipó.