- Home Page
- Cidades
- “GRAMPONAGEM”: Paulo Taques é denunciado pelo MPE por induzir duas delegadas ao crime de “barriga de aluguel”
“GRAMPONAGEM”: Paulo Taques é denunciado pelo MPE por induzir duas delegadas ao crime de “barriga de aluguel”
|
15/07/2019 - 21:55
paulo taques
REDAÇÃO
O Ministério Público Estadual (MPE) denunciou o ex-secretário da Casa Civil, Paulo Taques, por ter induzido duas delegadas da Polícia Civil ao crime conhecido como “barriga de aluguel”, que consiste na inserção de informações falsas em investigações judiciais.Os fatos teriam ocorrido no âmbito da “Grampolândia Pantaneira”, da qual o ex-secretário seria um dos principais mentores.Paulo Taques, segundo o telejornal da afiliada da TV Globo, teria influenciado as delegadasAlana Cardoso e Alessandra Saturnino a praticar escutas ilegais.O ex-secretário da Casa Civil informou as delegadas sobre supostas ameaças que ele e o então governador Pedro Taques (PSDB), seu primo, estariam sofrendo. Sem saber que se tratava de informação falsa, as delegadas realizaram uma investigação usando escutas telefônicas. E inseriram números de telefones repassados a elas por Paulo Taques numa outra investigação que estava em curso e nada tinha a ver com caso. O que gerou a “barriga de aluguel”. Por conta de seu suposto envolvimento no rumoroso caso da escutas telefônicas ilegais em Mato Grosso, Paulo Taques já foi preso duas vezes, mas ainda não tinha sido pronunciado réu - o que ocorre agora na ação da qual fazem parte também vários policiais militares.
Outro lado O ex-secretário-chefe da Casa Civil e advogado Paulo Taques questiona o fato que apenas ele tenha sido denunciado e com relação às duas delegadass que, de acordo com ele, teriam "confessado o crime, o MPE tenha determinado o arquivamento do caso.
No documento, o procurador-geral de Justiça José Antonio Borges acusa Taques de denunciação caluniosa e por realizar grampos sem autorização judicial ou amparados em lei. Com o aditamento, as delegadas Alessandra Saturnino e Alana Cardoso não constam mais como acusadas.A ameaça contra a vida do chefe da Casa Civil e do governador nunca existiu, não passando de uma 'história cobertura' inventada pelo acusado para monitorar, ilegalmente, sua ex-amante e sua secretária
“Restou apurado o Denunciado Paulo César Zamar Taques concorreu dolosamente para que fossem realizadas interceptações de comunicações telefônicas com objetivos não autorizados em lei”, descreve Borges.“Ainda, nos meses de fevereiro e março de 2015, Paulo Cesar Zamar Taques concorreu para dar causa à investigações policiais contra Tatiane Sangalli Padilha e Caroline Mariano, levadas a efeito no bojo das Operações Forti/Pequi e Querubim, imputando-lhes crime de que sabia serem inocentes”, prossegue o procurador.Segundo o MPE, para conseguir que a ex-amante fosse grampeada, Paulo Taques levou à Secretaria de Segurança Pública a informação de que o bicheiro João Arcanjo Ribeiro estaria levantando informações junto a Tatiane e Caroline para planejar um atentado contra o governador Pedro Taques.Para isso, ele valeu-se da informação que tinha a respeito da amizade da filha de Arcanjo, Kelly, com Tatiane."O acusado, preocupado com o término de seu relacionamento, já que Tatiane estava magoada e poderia atingi-lo expondo sua intimidade e, ainda, desconfiado que Caroline vazava informações de seu gabinete para o jornalista [José Marcondes] Muvuca, cujas matérias prejudicavam a imagem do Governo, resolveu, então, monitorar os três”.“Para comprovar suas alegações, o denunciado apresentou uma folha A4 contendo supostas conversas telefônicas interceptadas – fora do padrão costumeiramente utilizado pelos órgãos de investigação oficiais – denotando que duas mulheres tramariam algo contra si e o então Governador Pedro Taques", acusa o procurador-geral.Questionado pelo então secretário de Segurança Mauro Zaque sobre a origem do documento, Taques teria alegado ser proveniente de órgãos federais. “Todavia, há fortes indícios de que as conversas contidas na folha A4 eram provenientes do escritório clandestino da ‘grampolândia pantaneira’, fato este não sabido por Mauro Zaque à época”."Durante 15 dias, as conversas de Tatiane e Caroline foram ouvidas e, ao final, como era previamente sabido por Paulo Taques, nada foi apurado em relação as ameaças contra o ex-governador e o então chefe da Casa Civil. Isto demonstra que a suposta ameaça contra a vida do chefe da Casa Civil e do governador nunca existiu, não passando de uma 'história cobertura' inventada pelo acusado para monitorar, ilegalmente, sua ex-amante e sua secretária".