PASSANDO FOME: Mães de família que atuam na limpeza da UFMT entram novamente em greve por não receberem salários e cestas básicas

RedaçãoOs trabalhadores terceirizados do setor de limpeza da UFMT - a maioria, mulheres mães de família -, decretaram uma nova greve nesta quarta-feira (14.08). Eles estão novamente com os salários atrasados, e ainda não receberam o sacolão que devia ter sido pago no máximo até o dia 02 de agosto. Este sacolão foi proposto pela Presto (empresa que terceirizou a limpeza) em reunião realizada na Secretaria Regional do Trabalho e Emprego (SRTE) para por fim a última greve, realizada há 15 dias. “Estamos vivendo uma situação humilhante. Nossos salários são baixos, cerca de mil reais, não dá pra sustentar nossa família, pagar aluguel, água, energia, IPTU, nada. Mesmo assim nós gostamos de vir para UFMT e trabalhar, de cumprir com nossas obrigações, independente de todos os problemas. É uma falta de vergonha na cara da Presto não pagar o nosso salário”, comentou uma funcionária da empresa que pediu para não ser identificada. Este é outro ponto relatado pela maioria das trabalhadores, quase na totalidade composto por mulheres mães. “Não temos nenhum tipo de apoio para cuidar de nossos filhos, de levar eles no médico, ou seja, de ficar mofando no Pronto Socorro. A empresa simplesmente pressiona para não sairmos nunca do posto de trabalho. Quem cobra seus direitos é demitido”. Na última greve, a empresa propôs negociar o reajuste inflacionário que devia ter sido pago em janeiro. “Até agora nada, são só promessas. Estamos sendo feitas de palhaças. Voltamos a trabalhar acreditando que iriam cumprir os acordos firmados na Secretaria do Trabalho, ou seja, com a presença da Justiça, mas mesmo assim nada acontece”. “Todos que estão dentro da UFMT merecem respeito. É direito do trabalhador receber o seu salário. Não há educação sem higiene, sem o importante trabalho destas profissionais. Nós que também atuamos na universidade vemos com muita tristeza toda essa situação, e mais do que isso, nos colocamos lado a lado na defesa do direito destas companheiras”, destacou a coordenadora de saúde do Sintuf, Marillin Castro.O Sindicato dos Trabalhadores Técnico-administrativos em Educação da UFMT (Sintuf-MT) atua como parceiro nesta luta, a exemplo do DCE e Adufmat. O sindicato oficial da categoria é o Seeac. As trabalhadores irão decidir nesta quinta-feira quais ações irão adotar para pressionar o pagamento dos salários.