MANÉ CATRACA: Antes abominado por Bolsonaro e bolsonaristas, Centrão vai ocupar cargos estratégicos no governo federal

MANÉ CATRACA   Quem conhece os meandros de como funciona o Governo Federal, principalmente lobistas e empresários especializados em negócios com a área pública que transitam por ali, sabem que licitações (ou a dispensa delas) de compras de bens e serviços, enfim, os contratos passam, antes de chegar na cúpula, pelo crivo de cargos estratégicos – centenas deles – do 2º e 3º escalões espalhados pelos ministérios, autarquias, empresas, o escambau...   E o presidente Jair Bolsonaro, também com 30 anos de mandatos no lombo, não desconhece isso, mas se elegeu demonizando o que ele chamava de velha política, que não é nada diferente do que ele e seus filhos praticavam no “varejinho” em seus gabinetes parlamentares.    Como gambá cheira gambá, agora ele assume e deu as ordens: ministros que não abirem espaços para acolher indicados do Centrão, serão exonerados.    Pensando bem: ao se assumir, Bolsonaro, talvez, deixe de fazer discursos para inflar sua galera fanatizada e passe a buscar uma gestão de resultados, pois que, ficar nessa de atacar Cuba, China e Venezuela não resolve problemas do povo brasileiro que, aliás, são antigos, mas estão sendo agravados em sua gestão atabalhoada, na contramão de um mundo globalizado no qual não cabe bandeiras ideológicas ultrapassadas.   Haja vista que a China e os Estados Unidos, opostos ideologicamente, há muito tempo já mandaram as favas essa questão e estão estreitando parcerias comerciais cada vez mais fortes. E nesse jogo de interesses, o Brasil pode pagar o pato, caso insista nesse anacronismo político bolsonarista em matéria de política externa. Nessas alturas, não só gado abestado será tangido para o “brejo”, mas todos – aliás, a maioria - os que não fazem parte da manada serão arrastados juntos!   Voltando ao Centrão: A importância desses cargos não é pelos salários e eventuais cartões corporativos, mas pelo fato de que se as coisas não tiverem bem azeitadas em baixo, com os devidos pareceres e carimbos, ninguém do chamado “andar de cima” é que vai por “o dele na reta” para dar a canetada final. É assim que funciona!   Pois bem! São nesses cargos que velhos raposões da velhíssima política brasileira estão de olho..., a exemplo de Waldemar da Costa Neto, Roberto Jefferson, entre outros, muitos deles com passagens pela PF, mas também pelo comando de cargos importantes em governos  passados...   A entrada do Centrão no staff bolsonariano serve também para mostrar que político, seja ele de que banda for, de extrema-direita, de centro ou de esquerda, a gente não idolatra, não venera, apenas dá apoio (ou não) crítico, consciente e sem fanatismo histérico.