MANÉ CATRACA Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro que afirmou em reunião que iria “intervir” (na Polícia Federal) e também disse que não iria esperar "f... minha família" (filhos do presidente estavam sendo investigados por contratar funcionários fantasmas e fazer “rachadinhas” de salários), o ex-presidente Lula declarou que jamais procurou, à época que comandava o Brasil e detinha altos índices de popularidade (conforme atestavam várias pesquisas de opinião), fazer qualquer interferência na PF. Nem mesmo quando o seu irmão Vavá (já falecido) teve a casa dele invadida pela Polícia Federal, durante uma operação e na qual, aliás, nada de comprometedor foi encontrado na residência vasculhada. O ex-presidente disse ter entendido que a operação não era contra o “presidente a República”, mas contra o irmão do cidadão Lula. Com isso, Lula deixa a lição democrática de saber separar as coisas, demonstrando respeitar que a Polícia Federal não é uma organização policial a serviço de governo, mas do Estado brasileiro. Fato, por sinal, reconhecido pelo ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, quando disse, recentemente, que nos governos de Lula e de Dilma a Polícia Federal teve sua independência e autonomia respeitadas e não houve, naquele período, tentativas de interferir nos rumos das investigações. Ao contrário de agora, quando o presidente Jair Bolsonaro vem dando reiteradas demonstrações de querer blindar seus filhos e amigos de eventuais investigações.