Por Mário Marques de AlmeidaÉ possível que nenhum outro governante de Mato Grosso, ao menos nas últimas quatro décadas, tenha atraído tanto ódio e sentimento de revolta por parte de ex-aliados quanto Pedro Taques. Na história política mais recente do Estado, ex-governadores enfrentaram ataques pesados, mas desferidos, basicamente, por adversários derrotados por eles nas urnas – nunca sofreram esse tipo de enfrentamento, salvo casos isolados de um ou outro correligionário descontente, como o que se verifica com relação a Taques que coleciona contra si um grupo de inimigos políticos que o atacam impiedosamente e têm como característica principal o fato de terem sido os principais aliados na eleição de 2014 – na qual Pedro Taques se elegeu governador.Esse fato, por sua vez, deixa observadores políticos mais isentos com dúvidas se Pedro Taques, para galvanizar tanta ira de ex-companheiros de jornada política, é realmente um ser excepcional, uma espécie de “poço de virtudes”, ou são seus novos algozes que não “prestam”?  O leitor que tire suas conclusões.Destaca-se a observação que são oposicionistas mais ferrenhos e articulados que a própria oposição anterior, atualmente em frangalhos, que eles ajudaram Taques a derrotar e agora despejam contra o tucano o “fogo amigo” de artilharia pesada.E não são apenas críticas e questionamentos sobre métodos de gerenciamento de Pedro Taques sobre os quais esses ex-aliados passaram a discordar, ou seja, divergências que afloraram a partir da eleição do governador e foram aprofundadas no decorrer desses quatro anos.Nesse rol de críticas não faltam impropérios, expressões chulas e de baixo calão (não reproduzidas aqui, por serem impublicáveis e descambar para a ofensa pessoal), a exemplo das que vêm sendo ditas, através de entrevistas e inserções nas mídias sociais, por um desses ex-admiradores do governador e personagem graduado do staff que ajudou Taques a chegar ao Governo do Estado. No caso, o empresário Otaviano Pivetta, filiado recentemente ao PDT, que foi coordenador-geral da campanha que sagrou o PSDB vitorioso no Estado nas eleições de 2014. Pivetta tem se postado como espécie de porta-voz, o mais ferrenho possível, do grupo de ex-aliados e hoje tenta “dinamitar” a reeleição do governador. O próprio pedetista, que tenta emplacar a candidatura do ex-prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (Dem), outro ex-aliado e que agora fustiga Taques, afirma que poderá ser candidato para enfrentar o tucano, na hipótese de Mendes não aceitar o desafio.Nesse compasso de “bombardeio” o risco é o efeito contrário daquilo que pretende o grupo de antigos parceiros de Taques: vitimizá-lo, ao invés de destruí-lo politicamente, em função de criticas que remetem à “baixarias” e não fazem contraponto no campo das ideias.E vítima, principalmente de ordem política, conforme outras eleições já nos mostram, costumam despertar sentimentos de “dó” de eleitores.   Pode resultar nisso, a "vendetta" (vingança em italiano) proferida "à la Pivetta"!É aí que mora o perigo! Para  adversários de ontem e os de agora de Pedro Taques.