Por Mário Marques de Almeida Para a classe média e as elites, que podem passar “apertos” e dificuldades nos negócios em função da recessão econômica instalada no País, mas não são afetados pela falta de comida em seu dia-a-dia, pode ser incompreensível que de cada 4 entre 10 brasileiros estejam hoje preocupados em sobreviver, ou seja, não perecer pela falta de comida no prato. Esses dados fazem parte de um estudo do Datafolha, embasado em pesquisa que aponta que questões elementares da economia, mas cruciais para a sobrevivência de contingentes, cada vez maiores de brasileiros, como desemprego, alta nos alimentos, “filas de ossinhos” e a volta do Brasil ao Mapa da Fome podem desembocar, com força de um tsunami de votos, nas urnas. Quem viver, verá! E esses milhões e milhões de brasileiros, apesar da tão falada “memória curta do povo”, repentinamente, podem se lembrar que já teve uma época em que eles não eram atormentados pelo fantasma da fome. E muitos deles ingressaram na chamada “sociedade de consumo” e passaram a frequentar supermercados. E hoje vasculham os restos de alimentos descartados por esses estabelecimentos. Infelizmente, essa agenda da fome se instalou no Brasil e, com muita probabilidade, vai pautar debates e discussões na campanha eleitoral que se aproxima, neste 2022. É essa polarização que vai se estabelecer, entre o “antes e o agora”! E não sobre uma hipotética "terceira via"... E nessas ocasiões, os votos daqueles que sentem fome de comida e de justiça social podem ser decisivos nas urnas. São esses eleitores que, segundo as pesquisas, vêm garantindo a liderança de Lula na disputa eleitoral. E com chances de elegê-lo já no primeiro turno! É aguardar e conferir!