PRISÃO DE ROBERTO JEFFERSON: Bolsonaro agora chama aliado de “bandido” e Lula diz que foi o presidente quem insuflou a violência política no País

PRISÃO DE ROBERTO JEFFERSON: Bolsonaro agora chama aliado de “bandido” e Lula diz que foi o presidente quem insuflou a violência política no País JEFFERSON
Redação O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) se entregou à Polícia Federal depois de atacar policiais com tiros de fuzil e uma granada. No decorrer deste domingo, o político resistiu por 8 horas ao cumprimento da ordem de prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Nesta manhã, os policiais tentaram executar a prisão de Roberto Jefferson na cidade de Comendador Levy Gasparian, no estado do Rio de Janeiro, mas o ex-deputado não se rendeu. O que só veio acontecer (rendição) no começo da noite de hoje (22). Entenda o caso O ministro do STF Alexandre de Moraes revogou a prisão domiciliar de Roberto Jefferson por 'descumprimento de medidas cautelares'. No sábado, o presidente do PTB divulgou ofensas contra a ministra Cármen Lúcia. Em vídeo publicado pela sua filha, ele xingou a magistrada e a comparou com 'prostitutas', 'arrombadas' e 'vagabundas'. Logo após a confirmação da prisão, Moraes parabenizou os agentes envolvidos na operação em postagem no Twitter. "Parabéns pelo competente e profissional trabalho da Polícia Federal, orgulho de todos nós brasileiros e brasileiras. Inadmissível qualquer agressão contra os policiais. Me solidarizo com a agente Karina Oliveira e com o delegado Marcelo Vilella que foram, covardemente, feridos", escreveu. Presidente morde e assopra O presidente Jair Bolsonaro (PL), de quem Jefferson é aliado, também foi às redes sociais para anunciar a prisão: "Prisão do criminoso Roberto Jefferson". Em vídeo, ele afirmou que determinou ao ministro da Justiça, Anderson Torres, que Jefferson fosse preso. "O tratamento dispensado a quem atira em policial é o de bandido. Presto a minha solidariedade aos policiais envolvidos no episódio", afirmou. Em sua fala, Bolsonaro na parte que menciona "a existência de inquéritos sem nenhum respaldo na Constituição e sem a atuação do MP", ele amacia o ato terrorista de Jefferson, como se o ex-deputado estivesse reagindo a uma ilegalidade do Estado contra ele. Isso é falso. Os inquéritos no âmbito do STF tiveram o respaldo do plenário do Tribunal. Investigam atos antidemocráticos e fake news de Bolsonaro e seus aliados, entre os quais Jefferson. E o processo passou pelo crivo da Procuradoria-Geral da República (Ministério Público), cumprindo os trâmites legais. Então, não são inconstitucionais, conforme Bolsonaro busca carimbar as medidas do Poder Judiciário. tentando dar a esses atos uma conotação de ilegalidade. Lula cita Bolsonaro ao comentar tiros de Roberto Jefferson contra PF: "Máquina de destruição" Em coletiva de imprensa concedida na tarde deste domingo (23) em São Paulo (SP), o ex-presidente Lula (PT) comentou sobre o fato do ex-deputado Roberto Jefferson ter atirado contra agentes da Polícia Federal. O bolsonarista recebeu a PF, que foi até sua casa no Rio de Janeiro cumprir mandado de prisão, a tiros, e acabou ferindo, ao menos, uma policial e um delegado. Jefferson estava em prisão domiciliar, que foi revogada após fazer ataques à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), desrespeitando as condições que permitiram que ele ficasse preso em casa. "As ofensas que esse cidadão, que eu prefiro não citar o nome, fez à ministra Cármen Lúcia, não é possível de serem aceitas por ninguém que ama a democracia. Ninguém tem o direito de utilizar os palavrões que ele utilizou contra uma pessoa comum, quanto mais uma ministra da Suprema Corte", disse Lula. Na sequência, o ex-presidente declarou que foi informado sobre os tiros que Jefferson desferiu contra a PF e que teria ficado sabendo, inclusive, que o ex-deputado lançou uma granada contra a viatura. "Não é um comportamento normal. Isso não aconteceu na política brasileira nunca, nunca vimos uma aberração dessas, uma cretinice que esse cidadão, que é meu adversário, estabeleceu no país", pontuou o petista, se referindo a Jair Bolsonaro (PL), aliado de Jefferson. O ex-presidente, então, passou a associar a atitude de Roberto Jefferson ao comportamento de Bolsonaro. "Ele [Bolsonaro] conseguiu criar nesse país uma parcela da sociedade raivosa, com ódio, mentirosa (...) Acho que isso gera o comportamento como esse do ex-deputado e de algumas pessoas que seguem nosso adversário. Não é a primeira violência", atestou. "É uma máquina de destruição dos valores democráticos. É isso o que está acontecendo no Brasil e contra isso que o povo deve se dirigir às urnas no dia 30 de outubro", emendou Lula.