Presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Lucas Beber, disse na semana passada, que concorda com o ministro Carlos Fávaro, quanto a "frear" as recuperações judiciais, que estariam sendo "banalizadas". Leia mais: Fávaro critica banalização de recuperações judiciais no agronegócio: "prejuízo fica pra quem?" Beber diz ainda que cabe ao judiciário analisar quem precisa ou não de uma recuperação judicial, e ainda, que o instrumento serve tanto para as empresas quanto aos produtores rurais. "A recuperação judicial é um remédio, principalmente neste ano de crise. Nós temos situações contrárias e não é só produtor que entra com esses pedidos, temos empresas que entram e este ano está acontecendo. O produtor que entregou o seu produto, o seu milho, a sua soja e não recebeu, está também suscetível a querer a recuperação judicial. A Aprosoja sempre defendeu a simetria. Se tem para outras empresas, tem que ter para os produtores, mas de maneira sensata, não pode ser banalizado esse instrumento. O Ministério da Agricultura mandou ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que investigue os casos e quem julga é a justiça. Não cabe a nós dizer se aquela ou esta recuperação é certa ou não", disse. Ainda, cita que tem recuperações judiciais que foram solicitadas em um momento de "bonança", onde a falência estaria distante de ocorrer. Beber diz que as empresas as quais o produtor faz a compra ou para aquelas que entregam a soja, também devem ser "alvos" de análises. "A gente sabe que tem recuperação judicial que estava sendo planejada há mais de 3 anos, e que foram colocadas mesmo no período de bonança e concordamos que esse instrumento exista para ajudar o produtor, e que as empresas se pronunciou, o produtor faz a compra e paga a vista e na hora de receber não recebe, assim como a soja entrega e não recebe. seria bem vinda a crítica para os dois lados", analisou.