Um pedido de vista feito pelo deputado estadual Elizeu Nascimento (PL) adiou a votação do projeto de lei que torna obrigatória a gravação de aulas e treinamentos do Corpo de Bombeiros e das Polícias Civil e Militar em Mato Grosso. Com o pedido de vista feito nesta quarta-feira, 10 de abril, o texto deve retornar à tramitação apenas na próxima semana.  Apesar de já haver um decreto do governador no mesmo sentido, alguns deputados avaliam que a gravação dos treinamentos pode expor táticas e estratégias adotadas pelas forças de segurança em situações de conflito. O alerta foi feito pelo deputado Gilberto Cattani (PL), que apontou que “as táticas não se baseiam simplesmente em resistência física ou emocional, mas em defesa da sociedade, e são exclusivas”. Presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia, Elizeu Nascimento pediu vista do projeto para realizar alterações. Ele citou que a possível divulgação das gravações pode colocar em risco a vida de policiais e dar um trunfo às facções criminosas, que passarão a entender as táticas dos militares. Autor do projeto de lei, o deputado Wilson Santos (PSD) disse que ainda não sabe ao certo as mudanças que serão propostas por Elizeu, mas não vê motivos para o projeto de lei ficar travado na Assembleia, pois já existe um decreto semelhante em vigor. “A tendência é que seja aprovado por unanimidade. Até porque não há nenhuma diferença do decreto que o governador já baixou. Como o decreto é algo que a qualquer momento pode ser removido por vontade unilateral, entendemos que a lei é algo mais definitivo, tem mais longevidade e dá mais segurança jurídica”, afirmou. O projeto de lei foi proposto após a morte de Lucas Veloso Perez, 27 anos, que sofreu um afogamento durante curso de salvamento do Corpo de Bombeiros na Lagoa Trevisan, em Cuiabá, no dia 27 de fevereiro. As circunstâncias da morte ainda estão sendo investigadas. Diante da repercussão de mais uma morte no treinamento dos bombeiros, Wilson e o deputado Júlio Campos (União) apresentaram um projeto de lei para obrigar a gravação dos treinamentos. Ao mesmo tempo, o governador Mauro Mendes (União) editou um decreto com o mesmo objetivo, que foi batizado em homenagem a Lucas.