Vindos inicialmente pelo Norte do país, novos grupos de haitianos podem chegar a Cuiabá através de uma nova via ao Sul da Capital

Vindos inicialmente pelo Norte do país, novos grupos de haitianos podem chegar a Cuiabá através de uma nova via ao Sul da Capital haitianos
Redação   A comunidade de haitianos que vive em Cuiabá, estimada em cerca de 2,7 mil pessoas – a maioria delas entraram no Brasil pela região Norte, o Acre –, pode aumentar com o surgimento de uma nova rota, ao Sul da Capital mato-grossense, para o ingresso desses imigrantes no território nacional.   Essa nova “via” por onde estão chegando é Corumbá, no Mato Grosso do Sul. Estão entrando ali procedentes do Chile, de onde são conduzidos por guias irregulares, muitos dos quais inescrupulosos,  lotando vans que cruzam todo o território boliviano, até serem “despejados”, literalmente, em Corumbá.   Naquela cidade são acolhidos por entidades assistenciais do governo e, principalmente ligadas à Igreja Católica em abrigos improvisados ou ficam “alojados” na rodoviária.   Aproximadamente 300 haitianos vindos do Chile chegaram à Corumbá nas últimas semanas. O aumento do fluxo se dá pela recente mudança da lei de imigração no Chile, destino de cerca de 100 mil cidadãos do Haiti nos últimos anos.   Desembarcam no MS sem conhecer ninguém, em situação precária e sem dinheiro, pois o pouco que tinham foi tomado na Bolívia.   Como Corumbá é uma cidade esvaziada de possibilidades de empregos, deduz-se que o segundo destino desses haitianos seja outras cidades e regiões brasileiras; daí não se excluindo Cuiabá.     Essa opção não pode ser descartada, tendo em vista que muitos desses imigrantes possuem parentes, conhecidos ou têm informação da existência de um grupo já organizado deles radicado por aqui. E inclusive contam com uma associação que os congrega.   Atraídos pela Copa   A maior leva de haitianos veio com o advento da Copa do Mundo em Mato Grosso, em 2014. Eles chegaram, em grande maioria homens desacompanhados de esposas e filhos, atraídos por uma oportunidade de ocupação nas obras surgidas em decorrência do Mundial de Futebol e também pelas perspectivas de encontrar trabalho no pós-Copa.   A Copa passou, como tudo na vida passa, muitos deles foram para outras cidades e Estados, mas uma grande parte deles ficou.    Muitos juntaram dinheiro e mandaram vir mulheres e filhos, hoje radicados em Cuiabá e, aos poucos, sendo incorporados aos costumes locais, formando um contigente de pessoas alegres, comunicativas e, via de regra, pacíficas.   No entanto, a vida não tem sido fácil para eles, pois os empregos que ocupam são de baixa remuneração e muitos sobrevivem de “bicos” ou trabalhando de ambulantes.   Os mais jovens têm seus lugares públicos para se reunir, como galerias de shoppings – onde, geralmente, não são vistos consumindo, mas conversando bastante entre eles.   Hoje, grande parcela deles superou a barreira linguística que colocava entraves a uma maior e mais rápida integração com a sociedade local.    Essas dificuldades (uma das muitas que enfrentaram e enfrentam) impostas pelo idioma dos imigrantes provindos do Haiti, país que utiliza as línguas francês e crioulo.   Onde fica   O Haiti está localizado na América Central, divide seu território com a República Dominicana. Ele é considerado o pior país da América para se viver.