Ex-secretário diz que recebia três vezes mais na iniciativa privada e saiu 'por motivos pessoais'

Ex-secretário diz que recebia três vezes mais na iniciativa privada e saiu 'por motivos pessoais' Estadão MT
O ex-secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), Jefferson Neves, revelou que teve resistência em assumir a função devido à "bagunça" que estava a pasta. Em conversa com jornalistas na cerimônia de troca de cargo, ele afirmou que também recebia um bom salário na iniciativa privada, o que precisou abandonar. "Confesso que foi muito difícil aceitar [o cargo] no começo, porque era um desafio grande porque não víamos luz no fim do túnel. [A pasta tinha] mais de R$ 4 milhões em dívidas e mais de 11 mil fornecedores sem receber. O Esporte sofreu muito em anos anteriores por falta de financiamento e o que me motivou a aceitar [o cargo], onde larguei todas as outras atividades e ter uma receita que representava naquele momento um terço do que ganhava lá fora, era um desafio que a minha família tinha que encarar junto e, graças a Deus, conseguimos fazer essa transformação junto com o senhor Mauro Mendes e esse time", disse. Conforme Jefferson, sua saída do cargo já estava sendo preparada há tempos, pois ele precisava cuidar de questões pessoais e se dedicar à família. Jefferson é esposo da vereadora Michelly Alencar (União), que deve buscar a reeleição este ano. "Preciso descansar, cuidar da família e dos meus filhos, que sentem muito a minha falta. A pasta, além de trabalho ordinário, tem muitos eventos ocorrendo e a minha presença é quase que obrigatória. Quero descansar e recuperar as energias para continuar depois", comentou. O ex-secretário também foi questionado se a sua saída tem a ver com a candidatura de sua esposa à reeleição, mas ele nega. Jefferson Neves afirmou ainda que deixa a pasta com o "sentimento de dever cumprido".  "A campanha da Michelly já tem vida própria, eu vou ajudá-la e sempre na retaguarda, sempre que necessário", disse. "Eu saio da pasta e, como sou treinador, a gente sempre faz uma avaliação do que a gente fez no ano passado pra saber se foi o melhor e todos os anos a gente vai se aperfeiçoando. Toda vez que saio de casa, saio para fazer o melhor. Estou saindo com a sensação de dever cumprido e coração leve. Esse momento é planejado", completou. Por fim, Jefferson ressaltou que conseguiu elevar o nome de Mato Grosso com o bom uso da Arena Pantanal. Ele descartou pleitear qualquer cargo político e disse que prefere trabalhar nos bastidores. "Aquilo que era uma vergonha no começo do governo, que era símbolo de desorganização, hoje é referência e merece até aplausos da mídia nacional. Mendes tem meu respeito eternamente. Meu trabalho é técnico. Eu prefiro sempre apoiar quem tem habilidades políticas. Foram seis anos muito intensos, desgaste... Chegar às 7h e não ter hora pra sair. E, tem os trabalhos de final de semana, de visitar até 12 eventos. Eu tenho três filhos e eles sentem muito", finalizou.