O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse que o Brasil pode perder o Pantanal de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, caso nada seja feito para combater a seca e as queimadas nesta região, que tem a maior planície alagada do mundo.  Segundo ele, para isso, há necessidade de se recuperar as nascentes dos rios da região, como Paraguai e Cuiabá. A declaração foi feita para a jornalista Mirian Leitão, no programa na Globonews, que pode ser visto no Globoplay. O ministro criticou o governo de Mato Grosso por ter recorrido da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou a obrigação do Estado em implementar ações de preservação na Área de Proteção Ambiental (APA) Nascentes do Rio Paraguai. O governo do Estado recorreu, afirmando que era excesso de intervenção judicial sobre a autonomia executiva.  "Fico triste quando vejo o governo do meu Estado, de Mato Grosso, recorrer de uma ação judicial no Supremo que determinou que todos os produtores das nascentes fossem imediatamente começar o processo de recomposição, o que é fundamental. Não há mais tempo a perder. Há verdadeiras voçorocas que estão assoreando os rios, matando as nascentes. Quem vai no Pantanal no período que tem incêndio tem vontade de chorar. Ou nós atuamos na causa mesmo, de verdade, em um pacto, produtores, pecuaristas, governos estaduais com o governo federal e voltar a ter esse bioma recomposto da forma mais original possível ou nós vamos perder o Pantanal brasileiro", disse ele na entrevista.  Miriam Leitão leitão perguntou sobre a retirada da vegetação natural do Pantanal para o plantio de capim exótico. Ela explica que o processo funciona assim: uma drena, planta o capim exótico e aumenta o valor da terra, que é considerada terra produtiva. Há uma especulação imobiliária em torno disso. Fávaro disse que é preciso fazer estímulos aos pantaneiros tradicionais, que sabem como manejar o gado com o capim natural. E fazer isso ter valor agregado, porque ele também precisa ter renda. "Ou então ele também vai embora de lá. E deixar o Pantanal abandonado é a certeza que o maciço vegetal vai ficar num tamanho incontrolável e quando chegar um incêndio é uma explosão. Já aconteceu em 2020 e se não fosse a grande atuação atualmente do Ministério do Meio Ambiente, do órgãos de Controle, inclusive com o apoio dos estados, nós estaríamos correndo o risco de superar aquela tragédia de 2020 de incêndio no Pantanal", comentou ele.  Informações do O Globo, Miriam Leitão