O deputado estadual Valdir Barranco (PT) afirmou que a deputada estadual Janaina Riva (MDB) está sofrendo violência doméstica na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Segundo o petista, a única mulher da Casa teve seu cargo na Mesa Diretora 'tomado' para satisfazer um 'desejo' do governador Mauro Mendes (União). Nesta quarta-feira, 7 de agosto, ocorreu a votação para a nova Mesa Diretora da Casa, para o biênio 2025/2026, e Barranco diz que não buscou uma vaga na Mesa por solidariedade à deputada.  “Por mais que tenha ocorrido a insistência do deputado Eduardo Botelho [União] e da deputada Janaina para que nós nos mantivéssemos [na Mesa], até porque o PT tem duas cadeiras aqui [ALMT], mas depois da violência praticada contra a deputada Janaina, a única representante das mulheres entre os 24 parlamentares, não cabia o PT. O PT não concorda com isso, nós não podemos viver em uma sociedade onde nós estamos completando 18 anos da Lei Maria da Penha e a gente ainda vive em todos os espaços a violência doméstica, lá nas casas e doméstica aqui na Assembleia Legislativa, por um desejo do governador do Estado”, disse.   Janaina articulava há mais de ano para ser a primeira-secretária da Casa, numa candidatura amplamente apoiada pelos parlamentares. Porém, o Governo decidiu lançar o deputado Beto Dois a Um (União) ao mesmo cargo. Após longa negociação, Janaína recuou e o MDB emplacou o deputado Dr. João para a vaga, fechando consenso. Na avaliação de Barranco, houve interferência direta do Executivo na eleição interna do Legislativo. “Toda imprensa sabe a forma com que o governador influenciou aqui. Tenho certeza que várias vezes se reuniu com deputados, que forçou, que deve ter falado de emendas, de punições e os deputados... nem todos são firmes para segurar o rojão, às vezes titubeiam e isso é ruim para a AL”, afirmou. Companheiro de Parlamento de Janaina há vários anos, Barranco explicou que defende a deputada independente de seu partido e de como ela pensa, pois ela é a única representante do eleitorado feminino, que soma 53% dos mato-grossenses. Mesmo com as críticas, o deputado votou na chapa de Max Russi (PSB), mas disse esperar que os deputados não se curvem aos desejos do governador, pois a Assembleia tem que ter autonomia.