CRM apura denúncia de violência obstétrica em hospital

CRM apura denúncia de violência obstétrica em hospital crm
Redação O Conselho Regional de Medicina (CRM-MT) abriu sindicância para investigar a conduta dos médicos envolvidos no parto de Luana Lacerda Pinto, 21 anos. A jovem acusa o Hospital Geral Universitário (HGU) de violência obstétrica que resultou na morte do seu bebê e na impossibilidade de uma nova gravidez. Revoltada, a família realizou um protesto na tarde da última segunda-feira. O procedimento foi aberto pelo CRM no mesmo dia. O próximo passo será ouvir os envolvidos e coletar provas materiais para se avaliar se houve a irregularidade alegada pela mãe. Contudo, Luana Lacerda não tem dúvida que foi vítima de negligência e violência obstétrica por parte dos profissionais que assistiram seu parto, no último dia 07 deste mês. A criança morreu 14 dias depois. Ela contou que chegou, às 02h30, ao HGU pronta para dar à luz ao seu segundo filho. Nisso, foi encaminhada para um quarto de espera onde ficou até às 15h20 (horário do parto). Nesse período, a jovem conta que disse à equipe que estava com muita dor e que não poderia ter a criança de parto normal, pois não tinha dilatação, conforme documento realizando durante o pré-natal. “Ainda assim, o médico informou que seria normal”. “Passei a manhã toda com muita dor, por várias vezes chamei a equipe para informar que não tinha dilatação e somente no período da tarde quando eles viram que eu não estava mais aguentando é que tentaram fazer o parto normal e perceberam que não tinha dilatação”, contou. “Colocaram o aparelho para ouvir o coração do bebê e não ouviram os batimentos, foi aí que eles perceberam que o meu útero tinha estourado e, então, resolveram fazer a cesariana de emergência e me levaram para a sala de cirurgia às pressas. Daí não vi mais nada”, disse. A jovem foi liberada no dia 11 de julho e o bebe ficou na UTI neonatal por aproximadamente 15 dias vindo a óbito no último dia 20. Familiares estão indignados e alegam que o bebê já nasceu morto e que ao dar entrada no hospital o pai da criança apresentou documento do pré-natal onde indicava parto cesáreo devido à falta de dilatação. Em nota emitida ainda na segunda-feira, o HGU informou que a criança foi assistida por pediatra neonatologista logo após o nascimento, sendo encaminhada para a UTI neonatal onde recebeu toda a assistência necessária, mas “infelizmente acabou ocorrendo o seu óbito no dia 20 passado pela piora do seu quadro clínico. “A evolução durante todo o trabalho de parto ocorreu sem necessidade de qualquer intervenção externa da equipe de assistência, com a realização do acompanhamento médico e multiprofissional durante este processo”, frisa. Ressaltou ainda que toda a assistência ao parto em questão foi realizada estritamente dentro das normas e recomendações técnicas do Ministério da Saúde (MS) e, que o HGU “prima há 76 anos pela qualidade da assistência obstétrica e neonatal”.