SÓ FALTA SER “SEXTA-FEIRA 13”: Mas hoje o “bicho pode pegar” em oitiva de 5 PMs envolvidos em “grampos” e quando dois deles sinalizam confessar crimes e mandantes

SÓ FALTA SER “SEXTA-FEIRA 13”: Mas hoje o “bicho pode pegar” em oitiva de  5 PMs  envolvidos em “grampos” e quando dois deles sinalizam confessar crimes e mandantes  grampos
Por Mario Marques de AlmeidaComentários de bastidores policiais e jurídicos dão conta que dos cinco policiais militares – quatro oficiais e um cabo – que serão  interrogados pelo juiz Murilo de Moura Mesquita, da 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá, dois deles poderão confessar a autoria dos crimes de escutas telefônicas e ambientais clandestinas e dizer os nomes de supostos mandantes.A audiência está marcada para esta sexta-feira (27), a partir das 13h30  e faz parte de um dos processos mais rumorosos já ocorridos na história da Polícia Militar de Mato Grosso envolvendo oficiais de alta patente e um praça, o cabo, que seria a “mão de obra”. No caso, obviamente, o subordinado que operava os equipamentos de gravações ilegais.Essa ação teve desdobramento na área jurisdicional e uma parte dela, por questão de foro, está no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Tramita um inquérito naquela corte em função de que o governador Pedro Taques (PSDB) pediu para ser investigado diante das suspeitas de sua participação.O esquema consistia em “grampear” telefones de políticos, empresários, juízes, desembargadores, jornalistas e outras pessoas que não estavam sendo alvos de investigações com quebra de sigilo telefônico autorizada pela justiça. O número sobre o total de “grampeados” diverge, mas há estimativas de que pode chegar a 70 mil pessoas que tiveram suas comunicações devassadas no decorrer das atividades das escutas ilegais, que vinham desde o governo passado, mas teriam se intensificado nos primeiros  dois anos da atual administração do governador Pedro Taques.   É possível conjecturar que as gravações não recaíram apenas em figuras públicas sobre as quais havia interesse em saber o que elas estavam tratando, mas também deve haver inúmeros casos de suspeitos de práticas criminosas e que vinham sendo monitorados, no entanto, ainda sem ordem judicial para interceptar suas ligações telefônicas. O que, aliás, é uma prática mais ou menos comum em certas esferas policiais no atropelo e urgência de determinadas investigações: “grampeia” antes e, depois, de posse das provas pede-se a autorização do juiz para localizar as escutas. É ilegal, mas existem aqueles que, em determinadas circunstâncias, principalmente quando há risco de vítimas perderem a vida ou bens, consideram necessário  o "grampo" para desvendar crimes, muitas vezes em curso, praticados por quadrilhas. Porém, já é condenável e merece repúdio o desvio desse foco de escutas, quando se direciona para “bisbilhotar” eventuais adversários, desafetos ou concorrentes.DestaqueEssa ação criminosa ganhou destaques na mídia local e nacional e culminou com a prisão de diversas pessoas, a maioria militares, inclusive alguns que ocupavam cargos de secretários de Estado do atual governo e outras funções de relevo na hierarquia do poder.São réus nessa ação e deverão ser ouvidos hoje os coronéis da Polícia Militar Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros e Zaqueu Barbosa; o tenente-coronel Januário Antonio Edwiges Batista, e o cabo da PM, Gerson Luiz Ferreira Junior. O que eles vão falar , portanto, vem gerando muita espectativa, além de preocupação e ansiedade em alguns círculos.