Revogada prisão de bisavó que enterrou bebê indígena viva em Canarana

Revogada prisão de bisavó que enterrou bebê indígena viva em Canarana BISAVÓ
Redação   Acatando recurso da defesa que alegou não ser a justiça comum o fórum adequado para tratar da denúncia, mas a Justiça Federal por se tratar de indígena presa, a Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso concedeu liberdade à Kutsamin Kamayura;   Ela é bisavó acusada de ter enterrado recém-nascida viva, protagonizando um crime que ganhou manchetes no país, pelos requintes de barbárie e selvageria.    A defesa da índia afirma no pedido encaminhado ao juiz da comarca de Canarana (823 km a Leste) que ele não é competente para conduzir a ação penal, por se tratar de direito indígena.   Diante disso, a matéria deveria ser analisada pela Justiça Federal, argumenta a defesa.   Na decisão, o desembargador Luiz Ferreira da Silva apontou que o juiz Darwin de Souza Pontes não apontou elementos concretos para embasar a prisão preventiva e destacou que a índia tem 60 anos e devido à exposição do caso na mídia, ela tem sofrido constrangimentos permanentes já que no local onde está presa há circulação de pessoas.    Em cumprimento ao habeas corpus o juiz determinou a soltura da índia e a retirada da tornozeleira eletrônica.   Além dessas medidas, o juiz também determinou que a bisavó compareça mensalmente em juízo para informar e justificar suas atividades, pelo prazo de 6 meses e que não mude de residência sem prévia permissão da justiça. Ela também não poderá se ausentar da comarca, por mais de 8 dias e nem frequentar bares, festas, prostíbulos, forrós e congêneres enquanto durar o processo.   No fim do mês o juiz acatou a denúncia contra Tapoalu Kamayura, avó da bebê indígena. Avó e bisavó respondem por omissão de socorro, tentativa de aborto e tentativa de homicídio. Elas são acusadas de enterrarem a bebê Analu Kamayura Trumai viva. A foi criança foi socorrida e sobreviveu.