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Homem com esposa presa na Operação "Red Money" ameaça juiz e também vai em "cana"
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11/08/2018 - 02:55
Redação
Preso em flagrante um homem que fez ameaças destinadas ao magistrado Marcos Faleiros da Silva, juiz da 7ª Vara Criminal/Especializada contra o Crime Organizado e responsável pela decretação das 233 ordens judiciais da operação "Red Money”, deflagrada na última quarta-feira, pela Polícia Civil (PC). A operação desmantelou e buscou descapitalizar integrantes do Comando Vermelho (CV), principal facção criminosa de Mato Grosso.De acordo com a PC, o suspeito, Rafael Dhiego Gorget Camargo, foi preso em flagrante, na tarde da última quinta-feira (09), por incidência nos crimes de integrar organização criminosa e ameaça. Ele faz uso de tornozeleira eletrônica e foi preso no Fórum de Cuiabá, quando acompanhava audiência da esposa, Keyla Regina Balduino, presa na operação.As ameaças ocorreram logo após a ação policial. A polícia informou que, o suspeito telefonou para uma pessoa ligada ao juiz de direito proferindo uma série de ameaças em razão da prisão de sua mulher e apreensão de veículos. “No contexto das ameaças, o suspeito mandou recado, por meio dessa pessoa, falando que algo de grave aconteceria ao magistrado, caso a prisão preventiva de sua esposa, Keyla Regina Balduino, não fosse revogada”, informou a PC.Ainda durante o telefonema, Rafael Carmargo reconheceu ter responsabilidade sobre os crimes imputados à sua esposa, demonstrando ocupar posição de destaque na organização criminosa investigada na “Red Money”. Após ser autuado em flagrante, o suspeito foi encaminhado para audiência de custódia no Fórum da capital.A operação Red Money foi realizada pela Polícia Judiciária Civil, sob a coordenação da Diretoria de Inteligência da Polícia Civil e da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), com o objetivo de desestruturar a base financeira da principal facção criminosa de Mato Grosso, cujas lideranças estão presas na Penitenciária Central do Estado (PCE). Em pouco mais de um ano, a polícia descobriu que a quadrilha movimentou cerca de R$ 52 milhões.Para a ação policial, foram decretados 94 mandados de prisão, sendo que 30 alvos já estavam dentro de presídios, 59 mandados de busca e apreensão e 80 ordens judiciais de bloqueio de contas correntes, e outras medidas cautelares de sequestro de bens e valores.Entre eles, uma fazenda no município de Salto do Céu, duas casas e um terreno em Cuiabá, dois caminhões e cinco automóveis, além da interdição de duas empresas. As ordens foram deferidas pelo juiz de direito, Marcos Faleiros da Silva, da 7ª Vara Criminal - Vara Especializada do Crime Organizado.A investigação iniciada há mais de 15 meses teve como foco a apreensão de patrimônio e descapitalização da facção criminosa. Segundo a apuração, a organização desenvolveu internamente um sistema de arrecadação financeira próprio, criando assim um grande esquema de movimentação financeira e lavagem de dinheiro, com utilização de empresas de fachadas, contas bancárias de terceiros, parentes de presos, entre outros.Por meses, os analistas estudaram o sistema de arrecadação financeira da facção criminosa descobrindo três fontes principais de recursos, sendo uma delas por meio de mensalidade paga pelos faccionados, chamadas de "camisa". A outra com o cadastramento e mensalidades pagas por traficantes ou por cada ponto de venda de droga, conhecidas por "biqueiras", e a terceira, com a cobrança de "taxa de segurança" de comércios, ou seja, extorsão de comerciantes.