O desembargador Orlando Perri critica o uso de celulares em penitenciárias e alerta para riscos à segurança pública
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19/12/2024 - 12:08
O desembargador Orlando Perri, do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), defendeu a retirada total do uso de celulares dentro das penitenciárias do estado, destacando os riscos que a prática representa à segurança pública e à ordem social. A declaração foi feita na última segunda-feira (16), durante uma conversa com jornalistas no TJMT.
Perri enfatizou que, caso o uso de celulares fosse liberado apenas para algumas pessoas, como autoridades e diretores de presídios, isso geraria novos problemas. “Se nós deixarmos essas pessoas com celulares, proibindo alguns e deixando outros, vamos acabar com o comércio de celulares, mas vamos criar outro tipo de comércio, que é o aluguel de celulares”, alertou o desembargador.
Para ele, a comunicação interna nas unidades prisionais deve ser feita exclusivamente por meio de rádios, como uma alternativa segura que impede o uso ilegal de celulares pelos presos. "Eu defendo sim o silêncio dos celulares dentro das unidades prisionais. Eu, particularmente, defendo que nem o governador, nem o presidente da República, nenhum juiz, nenhum desembargador, nem o diretor do presídio pode entrar com celular dentro da unidade", afirmou .
Perri, que também é supervisor do Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo (GMF-MT), já havia abordado a questão do bloqueio de celulares em presídios durante o lançamento do programa "Tolerância Zero ao Crime", realizado pelo Governo do Estado no início de dezembro. Na ocasião, o desembargador de um sistema israelense, utilizado fora do Brasil, mostrou alta eficácia no bloqueio de sinais de celulares dentro de unidades prisionais.
“Precisamos buscar um mecanismo eficiente, como o que vimos na visita técnica, para bloquear os celulares dentro das unidades prisionais, porque a corrupção não vai acabar neste país tão cedo”, concluiu Perri.