Consórcio BRT Cuiabá rebate críticas de Mauro Mendes e atribui atrasos à gestão estadual
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13/01/2025 - 16:35
Após declarações do governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União Brasil), sobre os atrasos nas obras do novo modal de transporte em Cuiabá, o Consórcio BRT Cuiabá respondeu às críticas, afirmando que o próprio Governo do Estado é o principal responsável pelos entraves no cronograma. Segundo o conglomerado, composto pelas empresas Nova Engevix Engenharia e Projetos S.A. e Heleno & Fonseca Construtécnica S.A., problemas técnicos no projeto inicial, mudanças frequentes no traçado e disputas políticas comprometeram o andamento das obras.
O Consórcio destacou que a gestão estadual falhou em prever soluções para problemas históricos, como a drenagem da Avenida da Prainha, frequentemente afetada por enchentes. “O anteprojeto foi desenvolvido sem contemplar a macrodrenagem, mesmo sendo essencial para a circulação dos ônibus elétricos do BRT, que não podem operar em vias com lâmina d’água”, afirmou o consórcio. Esse problema resultou na paralisação das obras na região.
Outro ponto levantado foi a demora na emissão de licenças ambientais. A licença para a região do Coxipó, por exemplo, foi expedida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) apenas na semana passada, mais de 800 dias após o início do contrato.
Disputas políticas entre o governo estadual e o ex-prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), também foram apontadas como agravantes. “Entre outubro de 2022 e janeiro de 2024, o consórcio esteve impedido de executar 84,3% do escopo contratado devido às brigas e à falta de consenso entre as autoridades locais”, diz a nota.
A nota do consórcio também enumerou falhas no anteprojeto do Estado, incluindo:
Estações inadequadas: Erros na posição das portas automáticas e falta de conforto térmico nas estações comprometeram a segurança e o bem-estar dos futuros usuários.
Viadutos: Os viadutos previstos no projeto foram projetados para o VLT, sem adaptações para o BRT, exigindo novos estudos e readequações estruturais.
Alterção no traçado: Mobilizações de comerciantes e políticos locais levaram à mudança de trajetos nas Avenidas Couto de Magalhães e Senador Filinto Müller, impactando diretamente o cronograma das obras.
Centro de Controle Operacional: O local inicialmente previsto foi alterado após embaraços jurídicos envolvendo o contrato do antigo VLT, o que demandou novos projetos.
Resposta de Mauro Mendes
Na manhã desta segunda-feira (13), Mauro Mendes afirmou que vai notificar o Consórcio pelos atrasos e disse que o “bicho vai pegar” para as empresas. Segundo ele, a execução das obras está aquém do esperado, prejudicando o planejamento para implantação do novo modal de transporte.
Em resposta, o Consórcio destacou que sempre cumpriu com suas obrigações contratuais, mesmo enfrentando “problemas de gestão por parte dos órgãos públicos”, o que levou a prejuízos financeiros insustentáveis para as empresas envolvidas.
Prazo de conclusão estendido
Devido aos diversos empecilhos, o prazo de conclusão das obras foi estendido para 9 de novembro de 2025, mais de um ano após o previsto inicialmente. Apesar dos desafios, as empresas reafirmaram seu compromisso com a entrega do projeto e se colocaram à disposição do Governo do Estado para buscar soluções que preservem o interesse público.