O presidente eleito da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado estadual Max Russi (PSB), posicionou-se contrário à instalação de câmeras corporais nas fardas de policiais militares do estado. Durante o pronunciamento, o parlamentar afirmou que a medida não tem o apoio do governo estadual e destacou que a decisão cabe exclusivamente ao Poder Executivo. “O governo já declarou que não tem interesse de fazer isso, e a Assembleia, a não ser alguns deputados de forma pontual que defendem essa pauta, não vai interferir neste assunto até porque é uma decisão do Poder Executivo”, disse Russi na última quarta-feira. feira (22). Ao ser questionado sobre sua posição pessoal, Max Russi reforçou que também não apoia a adoção da tecnologia. “É algo a ser bem analisado, definido, e, a princípio, não há discussão sobre isso dentro do Parlamento”, afirmou. O governador Mauro Mendes (União Brasil), que também já havia se manifestado contra o uso de câmeras corporais nos policiais, afirmou em entrevista recente à rádio CBN Cuiabá que só concordaria com a medida caso haja monitoramento também de políticos, magistrados e membros do Ministério Público. "Se vamos colocar câmeras em policiais porque uma minoria comete erros, então deveríamos colocar câmeras em todo o mundo: em governadores, prefeitos, deputados, juízes, desembargadores. Afinal, também há juízes e políticos que cometem irregularidades", declarou Mendes. As declarações do governador provocaram respostas do Poder Judiciário. Em nota, o presidente do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), José Zuquim, e a juíza Jaqueline Cherulli, presidente da Associação Mato-grossense de Magistrados (AMAM), repudiaram a fala, classificando-a como “irresponsável” e um “ desprestígio" ao Sistema de Justiça. Apesar da resistência do governo estadual, o debate sobre corpos corporais ganhou destaque no Legislativo. O deputado Wilson Santos (PSD) defende a implementação da medida, destacando sua eficácia para proteger tanto policiais quanto cidadãos e elogiando estados que adotaram a prática, como São Paulo. Recentemente, Wilson Santos lançou um movimento de aplauso ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que passou a apoiar o uso de câmeras nos policiais militares paulistas. Enquanto a pauta avança em nível nacional, com o governo federal incentivando o uso de câmeras para garantir mais transparência nas ações das forças de segurança, em Mato Grosso, a proposta enfrenta resistência tanto do Executivo quanto da maioria dos deputados estaduais.