Lideranças de MT apostam em Trump para reverter condenações e inelegibilidade de Bolsonaro

Lideranças de MT apostam em Trump para reverter condenações e inelegibilidade de Bolsonaro
A posse de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, ocorrida em 20 de janeiro, tem sido vista como uma oportunidade estratégica para aliados de Jair Bolsonaro, especialmente em Mato Grosso. O senador Wellington Fagundes (PL) afirmou nesta segunda-feira (27) que trabalhará intensamente para consolidar um plano de anistia que beneficiará tanto os apoiadores condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro quanto o próprio Bolsonaro, inelegível até 2030. “O meu papel este ano será articular fortemente um projeto de anistia, especialmente agora com a eleição de Trump nos Estados Unidos. Ele tem influência e pode ajudar. A anistia é um tema que precisa ser consolidado tanto lá quanto aqui”, declarou o senador ao programa Tribuna, da rádio Vila Real FM. Os bolsonaristas acreditam que Trump pode desempenhar um papel decisivo na política brasileira, com interferências que evitem impactos jurídicos e econômicos. Uma das possibilidades ventiladas seria a adoção de avaliações econômicas contra o Brasil, dificultando negócios com o mercado americano, caso as autoridades brasileiras não revisem a atual posição jurídica de Bolsonaro e de seus aliados. Além disso, há especulações sobre um possível congelamento de ativos de autoridades brasileiras no exterior, como forma de pressão. Outra liderança bolsonarista, o deputado federal Coronel Fernanda (PL), participou da cerimônia de posse de Trump nos Estados Unidos ao lado de outros parlamentares. No entanto, o grupo foi barrado da área de destaque na Rotunda do Capitólio, apresentado à cerimônia externamente, do saguão de um hotel. Mesmo assim, o evento serviu como uma oportunidade para reafirmar os laços entre lideranças bolsonaristas e representantes da extrema-direita americana. O discurso de Fagundes e outros aliados ressalta a aposta em uma articulação internacional para influenciar o cenário político e jurídico no Brasil. Apesar do otimismo, especialistas apontam para as limitações dessa estratégia. Além da independência do Judiciário brasileiro, a relação entre Brasil e Estados Unidos não deve ser abalada por iniciativas unilaterais, já que ambos os países possuem interesses estratégicos mútuos. Enquanto isso, os desdobramentos legais envolvendo os atos de 8 de janeiro e o futuro político de Bolsonaro permaneceram incertos. A possibilidade de Trump exercer influência direta sobre questões internacionais brasileiras é vista com ceticismo, mas, para os bolsonaristas, representa uma luz no fim do túnel.