O prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), anunciou que a gestão municipal identificou possíveis irregularidades no contrato firmado com a empresa CS Mobi, responsável pelo estacionamento rotativo na capital. Segundo Brunini, o contrato foi assinado durante a administração do ex-prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) e prevê uma duração de 30 anos. De acordo com a Prefeitura, nos dois anos de vigência, apenas cinco parcelas foram pagas à CS Mobi, que alegou transferir a receita arrecadada com o estacionamento para o município, sem que os valores fossem repassados de volta como pagamento pelo serviço. Para contornar essa situação, a empresa contraiu um empréstimo junto ao Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO), utilizando como garantia repasses federais destinados à Prefeitura, sem aprovação da Câmara Municipal. O prefeito classificou essa prática como ilegal e sugeriu que o Legislativo abra uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o caso. Outro ponto questionado pela gestão municipal é o modelo de pagamento pelo serviço. Brunini afirmou que, mesmo com vagas desocupadas, a empresa recebe como se todas estivessem ocupadas diariamente, o que considera inviável para os cofres públicos. Diante das possíveis irregularidades, a Prefeitura solicitou à Agência Municipal de Regulação de Serviços Públicos Delegados (Arsec) a realização de uma auditoria detalhada no contrato, além de um parecer técnico da Procuradoria do Município sobre a viabilidade e os impactos jurídicos de um eventual rompimento contratual. A CS Mobi, por meio de nota, reafirmou seu compromisso com o cumprimento do contrato e destacou os benefícios do projeto, que inclui melhorias na infraestrutura urbana, acessibilidade e modernização do centro histórico. A empresa se colocou à disposição para dialogar com a gestão municipal. O ex-prefeito Emanuel Pinheiro defendeu o contrato, afirmando que ele vai além do estacionamento rotativo e inclui a revitalização da região central de Cuiabá. Segundo ele, o estacionamento arrecada aproximadamente R$ 250 mil mensais para os cofres públicos, além de gerar investimentos em infraestrutura. A Prefeitura seguirá analisando a situação e novas reuniões devem ocorrer para definir os próximos passos em relação ao contrato com a CS Mobi.