Sérgio Ricardo recomenda rescisão do contrato do BRT em Cuiabá por atrasos e incapacidade do consórcio
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30/01/2025 - 11:14
Durante visita a um dos pontos de construção do modal BRT (Bus Rapid Transit), na Avenida do CPA, o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), conselheiro Sérgio Ricardo, criticou duramente o Consórcio BRT, responsável pela execução das obras. Ele recomendou que o Governo do Estado analisasse a rescisão contratual e realizasse uma nova licitação emergencial para dar continuidade ao projeto.
Em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (30), Sérgio Ricardo afirmou que o TCE acompanha com preocupação os atrasos e entende que a melhor solução é romper o contrato, sem novas negociações com o consórcio. Ele destacou que as empresas responsáveis pela obra já foram notificadas mais de 50 vezes e não demonstraram capacidade de cumprimento do cronograma planejado.
O conselheiro lembrou que a obra teve início em 2022, com previsão de conclusão em 2024, mas sofreu um aditivo e agora está prevista para 2025-2026. Para ele, as três empresas envolvidas não têm condições de finalizar o projeto. “Essa obra já mudou de dados, já mudou de valores, e a tendência é continuar assim. Quanto mais tempo demora, mais caro fica e mais a população sofre”, declarou.
Sérgio Ricardo também criticou a falta de trabalhadores no local e reforçou que a obra é relativamente simples, envolvendo apenas a concretagem de uma via que já está preparada. "Não há grandes intervenções. Essa obra é apenas jogar concreto em cima de uma rua já pronta. A população não pode mais esperar", disse.
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A falta de progresso nas obras tem gerado impactos negativos para a população de Cuiabá e Várzea Grande. Os congestionamentos na região, especialmente na Avenida do CPA, têm causado transtornos aos motoristas e prejudicado a mobilidade urbana. Além disso, o comércio local também sente os efeitos dos atrasos, com os empresários buscando alternativas para minimizar os prejuízos.
O presidente do TCE colocou o órgão à disposição do governo para auxiliar na rescisão contratual e na busca de uma solução para a conclusão da obra. “O Tribunal de Contas já prevê prejuízos, principalmente para a sociedade. O governador precisa tomar uma decisão para evitar que o problema se agrave ainda mais”, concluiu.
O governador Mauro Mendes (União) já admitiu que a rescisão do contrato está sendo analisada, mas ponderou que o processo é complexo e exige cautela.