Botelho defende continuidade do contrato, enquanto Sérgio Ricardo sugere rescisão

 Botelho defende continuidade do contrato, enquanto Sérgio Ricardo sugere rescisão
A disputa em torno das obras do BRT (Ônibus de Trânsito Rápido) em Cuiabá segue gerando debates entre autoridades estaduais. O presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, Eduardo Botelho (UB), manifestou sua posição contra a rescisão do contrato com o consórcio responsável pela obra, sugerindo que essa medida acarretaria mais atrasos e complicações no projeto. Durante uma vistoria nas obras do BRT, realizada nesta quinta-feira (30) na Avenida do CPA, Botelho afirmou que a substituição da empresa atual por outra não familiarizada com o projeto causaria um impacto negativo no cronograma das obras. "Se quebrar o contrato, trazer uma empresa que não está acostumada, fazer mobilização, montar outra equipe, leva um tempo. Nós não temos tempo a perder. Talvez nós temos que acertar os gargalos, ver o que está atrasando e funcionar, eu defendo isso", declarou o deputado estadual. Essa visão contrasta com a do presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Sérgio Ricardo, que, durante a vistoria, apontou a suposta incapacidade do consórcio de concluir as obras dentro do prazo estabelecido. Segundo o conselheiro, o consórcio apresenta apenas 18% de avanço na execução, o que justificaria a rescisão do contrato. Sérgio Ricardo sugeriu que o governo estadual faça uma nova contratação emergencial para finalizar o projeto, caso o consórcio não demonstre avanço significativo. O governador Mauro Mendes (UB) também criticou o desempenho das empresas responsáveis pela obra. Embora tenha afirmado que os pagamentos estão sendo realizados em dia, Mendes ressaltou que o andamento das obras está aquém das expectativas. O governo já havia concedido um aditivo contratual, que estendeu a previsão de entrega do modal de 2024 para 2026. A possibilidade de rescisão contratual ainda está sendo discutida internamente, especialmente em relação à possibilidade de indenização das empresas envolvidas. Botelho, por sua vez, tem conversado com o secretário de Estado de Infraestrutura, Marcelo Oliveira, sobre a situação. O deputado se mostrou contrário à rescisão, argumentando que a mudança de empresa só traria mais complicações e não resolveria os problemas do projeto. "Acredito que podemos trabalhar para resolver os gargalos e fazer o projeto andar, sem a necessidade de romper o contrato", afirmou. A questão do BRT é um dos maiores desafios da gestão estadual, com a obra enfrentando diversos atrasos e críticas. Enquanto o governo discute as alternativas para viabilizar a conclusão do projeto, a pressão para que a obra seja entregue dentro do prazo estipulado só aumenta, refletindo a complexidade de se gerenciar um projeto de grande porte como o BRT, que promete transformar a mobilidade urbana de Cuiabá.