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“CASAMENTO” DESFEITO CEDO: Selma “chuta o balde” dos tucanos, rompe com o PSDB e pode causar "estragos" na chapa de Taques e Leitão
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01/09/2018 - 05:37
Redação
O rompimento com o PSDB da candidata ao Senado, Selma Arruda (PSLDiante), que anunciou continuar disputando uma das vagas à senatória, mas agora de forma independente e sem fazer parte da aliança que tem o governador Pedro Taques como candidato à reeleição, já era esperado e não causou maiores surpresas nos bastidores políticos.
Selma tomou essa decisão após o seu companheiro de chapa Nilson Leitão (PSDB) se recusar a dividir com ela os preciosos segundos da propaganda eleitoral no rádio e na TV.
Antes, porém, a magistrada tentou, nos últimos dias, uma solução para o impasse através de negociações políticas, mas, percebendo o desinteresse da direção estadual do PSDB em mediar um acordo entre ela e Nilson e, principalmente, pela resistência de Leitão em dividir o horário da propaganda em partes iguais, adotou a atitude que culmina com o rompimento político.
No entanto, devido à inserção da juíza aposentada na sociedade mato-grossense, o desgaste desse seu desligamento da chapa majoritária tucana, presume-se que não será pequeno. Todavia, a fissura que essa ruptura pode causar nas hostes do PSDB, com as possíveis consequências sobre as candidaturas de Pedro Taques e do próprio Nilson Leitão, carece de uma melhor avaliação – o que só poderá ser vislumbrado nos próximos dias se esse fato vai gerar – ou não - uma crise política interna na coligação liderada pelo PSDB com desdobramentos no eleitorado em desfavor da campanha desse partido.
A política, como se sabe, é dinâmica, mais ainda nestas eleições que deverão ocorrer após um período curto de campanha e onde os fatos se atropelam, ou seja, o que era visto como um determinado cenário eleitoral ontem ou hoje, amanhã pode estar diferente.
O que remete à comparação de que “política é igual a nuvem” – uma hora está de um jeito para, em seguida mudar de formato. É o caso da festejada união de Selma, Taques e Leitão, ora desfeita.
Ao anunciar o seu afastamento da chapa para o Senado, feito através de entrevista coletiva ontem, a juíza aposentada fez um relato sobre problemas relacionados à divisão do tempo do horário eleitoral gratuito de rádio e TV, iniciado nesta sexta-feira (31).
Ela lembrou que o deputado federal Nilson Leitão (PSDB), seu colega de chapa para o Senado, se recusou a dividir igualmente o espaço da coligação. E a direção tucana não teria tomado providências, inclusive o candidato ao governo, Pedro Taques que “lavou as mãos” para o imbróglio envolvendo PSDB-PSL.
Outro motivo para o rompimento, segundo a magistrada aposentada, foi o que ela classificou de "graves fatos" revelados pela imprensa sobre suposta participação de líderes tucanos na Operação Rêmora, que tornou público esquema de desvio de recursos na Secretaria de Educação de Mato Grosso (Seduc).
Ela se baseou em reportagem da Folha de São Paulo, que apontou que a delação de Alan Malouf e Permínio Pinto foi homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Na coletiva de imprensa, Selma leu uma nota destacando sua trajetória como magistrada e afirmando que sempre lutou contra a corrupção e por isso saiu candidata.
Ressaltou que sua prioridade era defender a chapa que tem o deputado federal Jair Bolsonaro como candidato a presidente.
Alegando ter sofrido boicotes do PSDB à sua candidatura e de Bolsonaro, a juíza afirmou: "Paciência tem limites. Não posso tolerar nada que fira meus princípios", enfatizando que não vai desistir de ser candidata, mas que a partir de agora conduzirá sua campanha de forma independente.
"Por lealdade aos meus princípios, por lealdade a Bolsonaro e ao povo de Mato Grosso", justificou Selma ao destacar que tem o apoio do vice-presidente do PSL em sua decisão de romper com os tucanos e enfatizou que não vai desistir de ser candidata.