A possível demissão do ministro Carlos Fávaro (PSD) do comando da Agricultura (Mapa) causou lamentos no governador Mauro Mendes (União Brasil). A tristeza, porém, se dá pelo risco de a primeira suplente Margareth Buzetti (PSD) voltar pra casa, uma vez que hoje ela ocupa a cadeira de Fávaro, que é senador licenciado. O governador falou com a imprensa nesta terça-feira, 25 de fevereiro, oportunidade em que teceu elogios à senadora em exercício. “Eu lamentaria muito pela Margareth, que está fazendo um grande trabalho, ela é uma grande senadora, faz um trabalho maravilhoso, aprovou projetos de leis importantíssimos. Assim como o senador Jayme também faz um grande trabalho. Wellington também faz um trabalho bastante razoável”, disse. Fávaro e Mauro já foram aliados políticos, com o atual ministro tendo papel importante na eleição do governador em 2018. Na época, Fávaro era vice-governador de Mato Grosso e rompeu com o titular Pedro Taques para apoiar Mendes, que acabou vencendo a eleição. Em 2022, ambos romperam politicamente por causa das alianças políticas: Mendes apoiou a reeleição do então presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto Fávaro se tornou uma das lideranças da candidatura de Lula em Mato Grosso. Mas o rompimento não foi por isso. Acontece que a federação Brasil de Esperança precisava garantir palanque para Lula no estado e lançou a então primeira-dama de Cuiabá, Márcia Pinheiro (PV), ao Governo do Estado, enfrentando Mauro. Márcia é esposa do principal adversário político de Mendes, Emanuel Pinheiro (MDB), que esteve prefeito de Cuiabá pelos últimos oito anos. Essa aliança fez com que Mauro rompesse com Fávaro, o qual chegou a chamar de "traidor". TROCA NO MAPA Existem conversas de bastidores que após deixar a presidência da Câmara dos Deputados, o deputado Arthur Lira (PP-AL) estaria reivindicando o Ministério da Agricultura. Apesar das especulações, o presidente Lula (PT) tem mostrado confiança na relação com Fávaro. Em diversos discursos públicos, o presidente teceu elogios ao do ministro da Agricultura. Apesar das dificuldades, Lula avalia que Fávaro consegue manter esse diálogo dentro dos limites. Na última terça-feira (25), o ministro Carlos Fávaro avisou ao presidente Lula que pode deixar o cargo se houver medidas extravagantes. Fávaro disse a interlocutores que não aceita fazer parte de um governo que taxa exportações do agro.