O ministro da Agricultura e Pecuária (Mapa), Carlos Fávaro, confirmou nesta sexta-feira, 28 de fevereiro, que deixará o cargo em março de 2026 para concorrer às eleições. Fávaro declarou à Rádio 104 FM de Rondonópolis que, apesar da reforma ministerial iminente no governo do presidente Lula, sua saída não ocorrerá antes desse período, quando se descompatibilizará para se candidatar. Em entrevista à imprensa, Fávaro afirmou que se tornou alvo da oposição, que busca sua queda do ministério, destacando que, ao apoiar Lula na campanha presidencial de 2022, gerou desconforto na bancada do agronegócio, setor tradicionalmente mais alinhado com a direita. “Eu me tornei um troféu, alguém que teve a coragem de apoiar o presidente Lula e que agora está sendo visto para ser retirado do cargo”, afirmou o ministro. A posição de Fávaro também está relacionada à sua resistência às medidas que consideram relativas ao agronegócio, como a possível tributação das exportações do setor. Na terça-feira, 25 de fevereiro, o ministro alertou ao Palácio do Planalto que poderia deixar o governo caso fossem adotadas medidas consideradas “extravagantes”. “Não aceito fazer parte de um governo que taxe exportações do agro”, declarou. Fávaro, que tem sido um defensor de políticas externas à sustentabilidade e ao desenvolvimento do setor agropecuário, tem enfrentado críticas por sua postura conciliatória com o governo federal, especialmente entre os representantes do agronegócio. Ao longo de sua gestão, o ministro tem se mostrado firme em sua visão de um equilíbrio entre as demandas do setor e as políticas ambientais, buscando, no entanto, preservar as bases econômicas do agronegócio. Embora tenha se tornado um alvo da oposição, Fávaro reafirmou seu compromisso com o presidente Lula e com as pautas que considera essenciais para o desenvolvimento do Brasil. A confirmação de sua saída em 2026 marca o fim de um ciclo no governo, mas também abre caminho para sua candidatura política, conforme estipulado legislação pela eleitoral.