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Facmat participa de audiência pública sobre concessão de ferrovias e impactos logísticos em Mato Grosso
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17/03/2025 - 05:00
Evento promovido pela ANTT debateu investimentos, desafios regulatórios e a importância da ferrovia para o escoamento da produção agrícola da regiãoO presidente da Federação das Associações Comerciais e Empresariais de Mato Grosso (Facmat), Jonas Alves, participou nesta sexta-feira (14), em Cuiabá, da última das três sessões da Audiência Pública nº 1/2025, promovida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), para discutir a concessão das ferrovias de Integração Centro-Oeste (FICO) e de Integração Oeste-Leste (FIOL).Na oportunidade, Jonas defendeu o desmembramento da concessão da FIOL para reduzir os custos com frete e estimular o desenvolvimento econômico regional. "A FIOL é uma outra história, com um trecho à venda e sem um porto definido, o que gera insegurança para investidores. Precisamos avançar passo a passo", afirmou.Ele também destacou a importância da ferrovia para a competitividade do setor produtivo de Mato Grosso. "Precisamos reduzir o custo do frete para fortalecer nossa economia. A ferrovia é essencial para baratear o transporte de mercadorias e evitar que os produtores arquem com despesas que não deveriam ter”, enfatizou o presidente da Facmat.A mesa foi presidida por Hubert Tokunaga e contou com a participação do superintendente de concessão da infraestrutura da ANTT, Marcelo Fonseca, do ouvidor da ANTT, Robson Crepaldi, do superintendente de Projetos Ferroviários, Diógenes Álvares, e do diretor de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário, Hélio de Souza, além de autoridades políticas, empresários e convidados.De acordo com a ANTT, o projeto prevê a criação de um corredor logístico entre Bahia, Goiás e Mato Grosso, com investimentos estimados em R$ 28,7 bilhões e um prazo de concessão de 35 anos. O objetivo da ferrovia é otimizar o escoamento da produção agrícola dessas regiões até o Porto Sul, na Bahia, reduzindo custos logísticos e gerando empregos.Durante a audiência, Marcelo Fonseca destacou que a FIOL ainda é um projeto público, com 65% das obras concluídas pela Infra SA. "O trecho FIOL 2 será finalizado pelo governo antes da concessão, enquanto a FIOL 3 será construída pelo futuro concessionário, conectando a ferrovia ao eixo Norte-Sul. A FICO, financiada pela Vale, também integrará esse sistema. Estudos técnicos indicam que a ferrovia transportará grãos, fertilizantes e combustíveis, com capacidade de até 19 milhões de toneladas de soja e 12 milhões de toneladas de milho em 25 anos. O investimento total previsto é de R$ 29 bilhões, abrangendo infraestrutura, manutenção e aquisição de equipamentos modernos", afirmou.O superintendente de Projetos Ferroviários, Diógenes Álvares, ressaltou a importância da participação social no processo. "A ANTT expõe o projeto para receber críticas e sugestões, fundamentais para sua construção. Estamos diante de um dos maiores projetos de transporte do país, com 1.700 km de extensão. Embora a obra seja executada pela Infra SA, a agência mantém seu papel na fiscalização. Os cronogramas seguem dentro do esperado, e a previsão é que o trecho de Mara Rosa esteja operando plenamente em 2028, após a conclusão das etapas de testes e licenciamento", explicou.A audiência pública foi destacada como um instrumento essencial para garantir transparência ao processo e permitir a participação social na formulação de políticas públicas e no aprimoramento da regulação do setor.“Estamos aqui para ouvir e internalizar as contribuições trazidas, aprimorando a política pública e os aspectos regulatórios”, frisou Hélio de Souza, diretor de Outorgas Ferroviárias da Secretaria Nacional de Transporte Ferroviário.Estiveram presentes na audiência os deputados estaduais Wilson Santos e Eugênio de Paiva, o prefeito de Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz, e o secretário de Desenvolvimento Econômico de Lucas do Rio Verde, Wellington Willem Nogueira Souto. O evento reforçou a relevância do projeto e a necessidade de diálogo entre governo, setor produtivo e sociedade civil.