Comandante da PM diz que câmara nas fardas pode gerar desmotivação no setor da segurança pública
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17/03/2025 - 10:12
O Comandante Geral da Polícia Militar de Mato Grosso, Coronel Fernando Tinoco disse que não é a favor da instalação de câmeras nas fardas dos policiais pro acreditar que a medida poderia gerar desmotivação no setor da segurança pública. “Como comandante-geral, sou contra a utilização das câmeras e acredito que esse assunto precisa ser mais estudado e debatido, especialmente com os profissionais da segurança pública. Isso pode causar desmotivação”, afirmou o Coronel Fernando.
A discussão voltou a tona após a 5 policiais militares estarem envolvidos no assassinato do advogado Renato Nery, ocorrido em julho do ano passado. O Comandante disse que a corregedoria da PM está tomando as providências cabíveis. Os policiais identificados como Heron Teixeira Pena Vieira, Wailson Alessandro Medeiros Ramos, Wekcerlley Benevides de Oliveira, Jorge Rodrigo Martins e Leandro Cardoso já estão presos. Leandro e Heron, além de serem envolvidos no assassinato de Nery, foram denunciados por forjar confrontos e matar 23 suspeitos durante a Operação Simulacrum, deflagrada em 2022.
Ele sugere que antes de se falar em mudanças é necessário ouvir os policiais e ter a certeza se realmente irá contribuir para a segurança. "Já foi feita alguma pesquisa para saber se os profissionais entendem a necessidade de câmeras? Isso é realmente necessário?”, questionou Tinoco.
EM BRASÍLIA
No Congresso Nacional está sendo discutido o projeto de lei 3295/2024, de autoria da deputada federal Erika Kokay (PT-DF), que propõe o uso de câmeras corporais pelos policiais em todo o Brasil. O argumento da deputada é a eficácia da medida em mais de 25 países, além de estados brasileiros como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, que já adotam a tecnologia.
MATO GROSSO
Em Mato Grosso, o deputado estadual Wilson Santos segue firme na luta pela aprovação de seu projeto que propõe a instalação de câmeras nas fardas dos policiais militares de Mato Grosso.
Em entrevista, ele criticou a resistência da oposição, incluindo o governador e a presidência da Assembleia Legislativa, mas afirmou que a persistência será a chave para a implementação dessa medida.
Ele lembrou que o projeto, que foi rejeitado na Comissão de Segurança Pública, já está em tramitação desde 2021 e que ele não desistirá, mesmo diante da morosidade do processo legislativo.