A crise política entre o vice-prefeito de Várzea Grande, Tião da Zaeli (PL), e a prefeita Flávia Moretti (PL) se intensificou nos primeiros meses de gestão e tem ganhado repercussão nos bastidores do município. O desentendimento entre os dois, que já vinha se arrastando desde a campanha eleitoral de 2024, explodiu recentemente após um embate direto no gabinete da prefeita. Zaeli alega ter sido alvo de agressões verbais e empurrões, o que marcou o rompimento político entre ambos. Durante evento na Câmara Municipal, nesta terça-feira (25), onde participou da posse do suplente Samir Katumata (PL) como vereador, Zaeli falou à imprensa sobre o atrito com a gestora e reafirmou que só se posicionará oficialmente sobre a crise na próxima segunda-feira (31), quando a administração de Moretti completará 90 dias. “Quero deixar claro que sou um homem de palavra. Só vou me pronunciar sobre o ocorrido no dia 31, conforme preguei desde o início. Espero que, dentro desse período, haja um alinhamento administrativo e uma resposta concreta para a população. Até lá, prefiro não me aprofundar”, afirmou o vice-prefeito. Nos bastidores, o mal-estar entre os dois teria sido provocado pelo descumprimento de acordos políticos firmados ainda na campanha. Zaeli esperava ter autonomia na escolha de algumas secretarias, mas, segundo relatos, foi colocado de lado e não teve suas indicações aceitas por Moretti. A situação gerou revolta entre aliados bolsonaristas, que passaram a pressionar por um desfecho da crise. Diante da tensão, o presidente estadual do Partido Liberal (PL), Ananias Filho, tem atuado para tentar apaziguar os ânimos. Ele esteve em Várzea Grande na segunda-feira (24) e promoveu reuniões individuais com correligionários para buscar um consenso. Apesar das tentativas de mediação, Zaeli manteve sua postura e reforçou que sua prioridade é preservar a estabilidade do partido. “O foco é manter o PL forte e unido, sem permitir que questões pessoais interfiram no andamento político”, pontuou. Outro ponto que gera polêmica dentro do partido é a possível nomeação do marido de Flávia Moretti para o comando do diretório municipal do PL. Sobre essa questão, Zaeli foi breve: “Se o partido decidir dessa forma, que assim seja”. Mesmo com a crise política instalada, Zaeli descarta qualquer articulação para um pedido de impeachment da prefeita. “Isso não passa pela minha cabeça de forma alguma”, garantiu. Contudo, rumores de que denúncias contra Moretti poderiam levar a um processo de cassação ainda circulam nos bastidores políticos de Várzea Grande. A expectativa é que, até o fim de maio, Zaeli se manifeste oficialmente sobre seus próximos passos dentro da administração municipal. Até lá, a crise entre os dois principais nomes da gestão segue sem solução e continua repercutindo no cenário político local.