Medicamentos ajudam, mas tratamento é individualizado, aponta médico
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30/04/2025 - 08:53
Com o uso crescente de medicamentos como semaglutida e tirzepatida, o tratamento da obesidade avança, mas ainda enfrenta barreiras como o alto custo
O emagrecimento, especialmente em casos de obesidade severa ou em pacientes próximas à menopausa, é um desafio que vai muito além da simples mudança de hábitos. Segundo o médico Arnaldo Sergio Patrício, especialista em clínica médica e radiologia, atuante no Hospital São Judas Tadeu, em Cuiabá, o tratamento deve ser multifacetado e adaptado às necessidades de cada paciente.
“Em muitos casos, só dieta e exercícios não são suficientes para alcançar resultados significativos. A obesidade é uma doença complexa e precisa ser tratada como tal”, afirma o médico.
Para auxiliar no processo de perda de peso, o uso de medicamentos tem se mostrado uma alternativa eficaz. Entre os mais promissores estão a semaglutida, comercializada como Wegovy, e a tirzepatida, conhecida como Mounjaro, que deve chegar em breve ao mercado brasileiro. “A dose máxima de 2,4 mg da semaglutida é geralmente necessária para que o paciente veja resultados expressivos. Já a tirzepatida oferece uma nova abordagem, combinando dois hormônios incretínicos que atuam de forma sinérgica”, explica.
No entanto, segundo o especialista, o custo elevado desses tratamentos ainda é uma barreira expressiva. “Apesar da eficácia, muitos pacientes com obesidade grave ou com comorbidades como diabetes e hipertensão não conseguem arcar com o valor das medicações”, alerta o Dr. Arnaldo.
Ele ainda enfatiza que, quando as alternativas medicamentosas não produzem os efeitos esperados, a cirurgia metabólica – ou bariátrica – pode ser indicada. “Em casos de obesidade mórbida, com risco à saúde e presença de doenças associadas, a cirurgia pode oferecer uma solução duradoura e melhorar significativamente a qualidade de vida do paciente”, destaca.
Para Arnaldo Patrício, a chave está em olhar cada caso de forma individual. “O tratamento da obesidade deve ser personalizado. Combinar mudanças no estilo de vida com medicamentos e, quando necessário, intervenções cirúrgicas é o caminho mais seguro e eficaz para o emagrecimento saudável e sustentável”, conclui.