Vereador chama diz que afastamento é medida desproporcional
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01/05/2025 - 05:00
Alvo da Operação Perfídia, que investiga um suposto repasse de propina para “facilitar” o trâmite de uma matéria na Câmara de Cuiabá, o vereador por Cuiabá e ex-presidente do legislativo da Capital, Francisco Carlos Amorim, o “Chico 2000”, viu seu afastamento do cargo como uma medida desproporcional.
A decisão pelo afastamento tanto de Chico, quanto do vereador Sargento Joelson (PSB), outro alvo da ação policial – foi determinada nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (29) pela juíza Edna Ederli Coutinho, do Núcleo de Inquéritos Policiais (NIPO), junto com a deflagração da operação.
Durante o cumprimento do mandado em sua casa, nas primeiras horas da manhã, Chico destacou que os policiais teriam ido lá para unicamente para recolher seu telefone celular, garantindo ainda não temer o que poderá lhe acontecer no andamento das investigações.
“Na minha casa não apreenderam nada. Olharam o que quiseram e eu entreguei o meu celular e a senha do meu celular. Vieram no meu gabinete, não apreenderam nada. (...) O que eu sei é que tudo isso será desmistificado. Quem não deve, não teme, e eu estou completamente tranquilo”, garantiu Chico.
Além disso, Chico disse que sequer conhece o empresário citado pela Polícia como a “vítima” do esquema, criticando o fato das investigações terem apontado seu gabinete na Casa de Leis como o suposto “cenário” onde aconteceu a negociata entre ele, Joelson e o empresário dono da empreiteira, garantindo sua inocência e que ao longo do período em que esteve na presidência atendeu a Joelson e todos os demais pares.
"Eu não conheço esse empresário, não conheço, nunca [o vi]. Agora, recebi no meu gabinete este vereador [Joelson] como recebi todos os outros e todas as pessoas que me procuraram. Agora, este assunto [propina] nunca foi tratado comigo, na Presidência e em nenhum lugar nenhum”, garantiu.
“Na presidência, eu atendi todos os outros 23 vereadores, sempre. Todas as pessoas que quiseram falar comigo na presidência falaram. Portanto, atender na presidência é crime?”, questionou Chico, confirmando que recebeu Joelson em seu gabinete em diversas ocasiões.
“Se eu atendi A, B ou C na presidência, eu atendi porque, como presidente, eu sempre atendi todos, não foi só este vereador. “Aqui [na Câmara] tem câmeras, quem entra e quem sai, tá registrado”, asseverou
No entanto, apesar de ter visto com certo tom de excesso a ação policial, disse que irá cumprir à risca a decisão judicial.
“Decisão judicial a gente discute lá no judiciário. [Mas] Até que essa discussão seja feita, nós temos a obrigação e o dever de cumpri-la. E eu vou cumprir com todo o respeito a decisão da magistrada", completou.
Os parlamentares também não poderão se ausentar de Cuiabá sem autorização da Justiça e deverão entregar seus passaportes à Justiça.