PL aguarda investigação e não define futuro de Chico 2000
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02/05/2025 - 15:32
O presidente estadual do Partido Liberal (PL) em Mato Grosso, Ananias Filho, afirmou que a legenda não tomará nenhuma decisão precipitada quanto à permanência do vereador Chico 2000 (PL), alvo da Operação Perfídia, deflagrada pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor). Segundo o dirigente, o partido aguarda os desdobramentos do inquérito policial e a manifestação do Ministério Público do Estado antes de avaliar medidas como suspensão ou expulsão do parlamentar.
Chico 2000, que foi afastado das funções legislativas por decisão judicial, está entre os investigados por suposta solicitação de propina a um representante da empresa HB20 Construções EIRELI, responsável pelas obras do Contorno Leste. A operação também atingiu o vereador Sargento Joelson (PSB), ampliando o escopo das investigações sobre um possível esquema de corrupção na Câmara de Cuiabá.
Em entrevista à imprensa, Ananias afirmou que ainda não teve acesso às informações oficiais da Polícia Civil. “Sinceramente, eu não tomei conhecimento de nada. Estou sabendo pela imprensa. O Chico está incomunicável, teve o telefone apreendido. Nós vamos aguardar para entender o que de fato está acontecendo. O Partido Liberal defende a apuração, mas não condena ninguém antecipadamente”, declarou.
O dirigente ressaltou que o assunto ainda não foi tratado de forma profunda internamente no PL. “Quero ter acesso a tudo. O Chico, pelas declarações dele, disse que está tranquilo. Então eu não vou defenestrar ou condenar ninguém sem conhecimento de causa. Internamente, ninguém ainda tocou nesse assunto. Está tudo tranquilo”, finalizou.
A operação
Deflagrada na terça-feira (29), a Operação Perfídia teve como objetivo investigar um suposto esquema de corrupção envolvendo vereadores de Cuiabá e a aprovação de uma matéria legislativa que possibilitou pagamentos da Prefeitura à empresa HB20 em 2023. Conforme as investigações, o pagamento teria sido condicionado ao recebimento de vantagens indevidas por parte de agentes públicos.
A construtora, por meio de nota, negou qualquer envolvimento institucional no caso e atribuiu as tratativas ilegais a um prestador de serviços que teria agido por conta própria. “A empresa reafirma seu compromisso com a legalidade, a transparência e o respeito às normas que regem a contratação pública”, diz o comunicado.
Procurado, o prefeito de Cuiabá, Abílio Brunini (PL), evitou comentar o mérito da investigação e destacou que eventuais medidas disciplinares cabem ao comando do partido.
Enquanto isso, Chico 2000, em recente declaração, afirmou que tem o aval do PL para deixar a sigla, acenando com uma possível saída voluntária.