As declarações do governador Mauro Mendes (União Brasil) durante a inauguração de escolas cívico-militares, nesta segunda-feira (05), ampliaram o distanciamento entre o Palácio Paiaguás e a deputada estadual Janaina Riva (MDB). Sem mencionar diretamente a parlamentar no início do discurso, Mendes rebateu acusações de que o Executivo estaria promovendo um boicote seletivo no pagamento de emendas parlamentares a deputados considerados de oposição. “A oposição gosta de criticar, gosta de propagar afirmações que, muitas vezes, não correspondem à verdade. O ônus disso é um relacionamento não sadio com o governo”, disse o governador, que classificou como “vitimismo” a postura da deputada. Janaina Riva havia afirmado que parlamentares fora da base governista estavam sendo prejudicados no repasse das emendas, o que provocou reação imediata de Mendes. “Se a deputada assumiu ser oposição, como afirmou o próprio secretário [Fábio Garcia], há bônus e ônus. Ele [Garcia] é oposição ao governo federal, e as emendas dele estão entre as últimas a serem pagas”, exemplificou o chefe do Executivo. Questionado diretamente se considera Janaina como integrante da oposição, Mendes foi categórico: “Não ser base é não ser base. O comportamento dela, sim, é de oposição.” A crise entre Mendes e a deputada, até então aliada estratégica do governo, revela um cenário político cada vez mais polarizado e prenuncia uma antecipação do debate eleitoral de 2026. “Parece que o cenário de 2026 já está escancarado”, afirmou o governador, ao comentar o tom crítico adotado por Riva nos últimos meses. Nos bastidores, a tensão é considerada a mais intensa desde o início da atual legislatura. Interlocutores apontam que o desgaste pode impactar votações importantes na Assembleia Legislativa e a própria composição das alianças para o próximo pleito.