A sessão desta quarta-feira (07) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT) foi marcada por novos e duros ataques da deputada estadual Janaina Riva (MDB) ao governador Mauro Mendes (União Brasil) e ao secretário-chefe da Casa Civil, Fábio Garcia. O clima esquentou após a parlamentar denunciar, da tribuna, o suposto boicote do Palácio Paiaguás ao pagamento de emendas parlamentares para deputados de oposição. Segundo Janaina, apenas 5% de suas emendas foram pagas até o momento — nenhuma delas direcionada à saúde pública. A parlamentar afirmou ainda que, durante uma reunião com líderes políticos, Fábio Garcia teria dito que não liberaria suas emendas por ela não fazer mais parte da base aliada do governo. A fala foi o estopim para a série de críticas. “Quero dizer aqui ao governador: eu não falo com menino de recado. Se ele tiver algo para me dizer, que venha ele. Esse negócio de mandar secretário para justificar perseguição é um desrespeito. Estão usando dinheiro público como ferramenta de chantagem política”, disse Janaina, em tom elevado. Ela comparou a prática adotada pelo governo estadual com o que é feito pelo presidente Lula (PT), afirmando que Mauro Mendes, apesar de se apresentar como adversário ideológico do petista, estaria agindo da mesma forma. “Eles dizem que isso é o que Lula faz em Brasília, então estão admitindo que copiam o que criticam. É hipocrisia”, completou. A deputada também atacou o estilo da atual gestão, que segundo ela, ostenta recursos públicos enquanto muitos municípios carecem de investimentos essenciais. “É uma ostentação desenfreada. Jatinho pra lá, jatinho pra cá. É um governo rico para poucos e injusto para a maioria.” Ao final de sua fala, Janaina decretou publicamente o rompimento com o Executivo. “Não existe mais relação política. O governo que siga o caminho dele. O MDB, que já foi escanteado, também já entendeu o recado. E eu seguirei com independência, cobrando e denunciando o que for preciso.” Em resposta, o governador Mauro Mendes voltou a negar perseguição política e afirmou que Janaina optou por ser oposição e que isso naturalmente traz consequências. Ele minimizou as críticas e sugeriu que a deputada estaria motivada por interesses eleitorais, já que ambos podem disputar uma vaga ao Senado em 2026. “Ela sabe que ao virar oposição, algumas portas se fecham. Isso é natural. Eu também fui deputado federal de oposição ao governo Lula e sei como é. As emendas, claro, têm outra dinâmica. Mas perseguição, não há”, disse Mendes em entrevista.