Um jovem de 28 anos foi preso nesta terça-feira (24), em Cuiabá, suspeito de integrar um grupo criminoso que aplicava golpes milionários contra jogadores de futebol. Entre as vítimas estão nomes de peso, como o atacante Gabigol, do Flamengo, e o zagueiro Kannemann, do Grêmio. A prisão faz parte da Operação Falso 9, deflagrada pelas polícias civis de Rondônia e Paraná, com apoio do Ministério da Justiça.

O suspeito foi localizado no bairro São Sebastião, onde os investigadores apreenderam celulares, máquinas de cartão e uma caixa com mais de R$ 400 mil em dinheiro vivo. Ele é apontado como uma das peças do esquema que usava documentos falsos para abrir contas bancárias em nome de jogadores, com o objetivo de desviar salários inteiros.

A estratégia da quadrilha era engenhosa. Com os dados dos atletas em mãos, os criminosos pediam a portabilidade dos salários para contas falsas. O dinheiro, assim que caía, era pulverizado: saques rápidos, transferências para outras contas, compras diversas e até movimentações em criptomoedas, tudo para dificultar o rastreio.

Segundo a polícia, os valores desviados ultrapassam R$ 1 milhão. Só de Gabigol, os criminosos teriam conseguido retirar cerca de R$ 938 mil. De Kannemann, outros R$ 400 mil. O banco responsável, ao identificar o golpe, bloqueou parte das transações e afirmou que já ressarciu os clientes prejudicados. Cerca de R$ 135 mil foram recuperados até o momento.

A operação desta terça mobilizou mais de 100 policiais e cumpriu 33 mandados judiciais em cinco estados: Mato Grosso, Rondônia, Amazonas, Paraná e Paraná (Curitiba e Almirante Tamandaré). A investigação identificou que parte do dinheiro foi enviada para empresas registradas em Cuiabá e Porto Velho, que teriam sido usadas como “laranjas” no esquema.

O nome da operação, “Falso 9”, faz alusão à famosa posição tática no futebol, usada para confundir a defesa adversária. E foi justamente isso que os golpistas fizeram: confundiram o sistema bancário, enganaram instituições e conseguiram desviar altas quantias sem que os verdadeiros titulares percebessem.

A Polícia Civil segue investigando o envolvimento de outros suspeitos. Novas prisões podem ocorrer nos próximos dias.